Hoje acendi a lareira pela primeira vez este ano. Já me tinha esquecido da beleza que é ver as pinhas entrar lentamente em combustão, brilhantes, vermelhas, passando depois o seu calor aos tarolos de lenha, que se resguardam, receosos de iniciar o seu processo de destruição.
Durante minutos sem fim, ouve-se como que uma música em surdina, um sopro de vento e os
estalos da madeira renitente à chama. Subitamente, um bailado initerrupto, enorme, espantoso, tremeluzente irrompe no meio do nada e uma sensação de bem estar
invade o ar.
Pouco faço...se não ouvir música de Bach baixinho...e olhar as chamas como que hipnotizada por tamanho milagre natural.