Era uma tarde religiosa. Muito mais importante do que a 6ª ou o sábado. Nela se celebrava a Ultima Ceia e a Paixão de Cristo. Assisti a muitas celebrações na igreja dos Jerónimos, a minha paróquia, cantei no coro lá em cima e cá em baixo, ouvia ler as Escrituras, emocionava-me com as palavras de Jesus e sobretudo com o seu sofrimento. Vibrava com a liturgia como se eu própria vivesse nesse tempo. Fui sempre sensível à doutrina de Jesus e na faculdade segui a cadeira de História do Cristianismo, apaixonante e muito bem dirigida pelo P. Honorato Rosa, uma pessoa que me marcou e que infelizmente, faleceu ainda eu andava na faculdade. Ao ver os Manuscritos do Mar Morto em Jerusalém, lembrei-me do entusiasmo com que ele falava de tudo isso e como nos empolgava a nós também. Fiquei a conhecer muito melhor as raízes do Cristianismo e o background em que tudo se desenrolou.
Paradoxalmente estar em Jerusalem, no Jardim das oliveiras, em Nazaré, na Galileia, onde tomei banho de mar, no Mar Morto, ver o deserto e os Montes Golan não me entusiasmou tanto como esperava.
Gostei mais de Petra na Jordânia, que nada tem a ver com os cristãos.
Hoje choca-me um pouco a indiferença das pessoas pela Semana Santa. Parece que só serve para a diversão, férias, e futilidades como as amêndoas e o desgraçado pão de ló. Não sou praticante, mas a tradição é bela.
Fica aqui parte do Requiem de Mozart, uma das mais tristes árias que ele à beira da morte, ditou ao seu escrivão, segundo conta o filme Amadeus.
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Semana Santa - uma peça de música sacra todos os dias
Há quem já esteja a trabalhar...ouvem-se os autocarros para cima e para baixo, sinal de que é 2ª feira, dia de trabalho, numa semana que deveria ser Santa ( dedicada a Deus:)
Há quanto tempo não vivo a Páscoa dum modo cristão, como dantes!
Na minha adolescência, ia todos os dias da semana santa à missa nos Jerónimos, lia a Paixão nos Evangelhos, meu livro de cabeceira, comoviam-me as palavras de Jesus e até a atitude de Pedro, o apóstolo que o renegou. Para mim, tudo o que lia se tornava vivo, como se dum documentário se tratasse.
Sempre acreditei em Cristo e na sua mensagem, considero-o um Homem especial, como Gandhi, Mahomé e outros que deram e continuarão a dar a vida pela Fé.
Há muito que não acredito em Deus, como é representado pela Igreja.
Deve ser bom acreditar e lutar por aquilo em que se acredita.
Só acredito no Homem e na sua capacidade para fazer o Bem e o Mal, muitas vezes escolhendo o caminho mais fácil. Não acredito na Redenção após a morte. Se vier , será uma surpresa. Acredito que podemos lutar por um mundo melhor, criando o Bem à nossa volta, mas também penso em mim e na minha felicidade. Sou egoísta.
Na ausencia de prática religiosa, dedico-me a ouvir a música mais inspiradora desta época sacra.Enche-me de Paz e serenidade.
Fica aqui uma das Árias mais belas da Paixão Segundo S. Mateus de Bach, uma obra que me faria acreditar em Deus, se Ele existisse.
Há quanto tempo não vivo a Páscoa dum modo cristão, como dantes!
Na minha adolescência, ia todos os dias da semana santa à missa nos Jerónimos, lia a Paixão nos Evangelhos, meu livro de cabeceira, comoviam-me as palavras de Jesus e até a atitude de Pedro, o apóstolo que o renegou. Para mim, tudo o que lia se tornava vivo, como se dum documentário se tratasse.
Sempre acreditei em Cristo e na sua mensagem, considero-o um Homem especial, como Gandhi, Mahomé e outros que deram e continuarão a dar a vida pela Fé.
Há muito que não acredito em Deus, como é representado pela Igreja.
Deve ser bom acreditar e lutar por aquilo em que se acredita.
Só acredito no Homem e na sua capacidade para fazer o Bem e o Mal, muitas vezes escolhendo o caminho mais fácil. Não acredito na Redenção após a morte. Se vier , será uma surpresa. Acredito que podemos lutar por um mundo melhor, criando o Bem à nossa volta, mas também penso em mim e na minha felicidade. Sou egoísta.
Na ausencia de prática religiosa, dedico-me a ouvir a música mais inspiradora desta época sacra.Enche-me de Paz e serenidade.
Fica aqui uma das Árias mais belas da Paixão Segundo S. Mateus de Bach, uma obra que me faria acreditar em Deus, se Ele existisse.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
As Sete últimas Palavras de Cristo na Cruz
Haydn escreveu esta peça por encomenda. Fez um estudo dos Evangelhos, procurando as palavras - melhor, as frases ( Worte em Alemão quer dizer mais frases com sentido do que palavras, que se diz Wörter) - que Cristo teria pronunciado, antes de entregar a alma ao Criador. Essa obra aprece-nos em versões diversas, orquestra de câmara, quintetos, quartetos de cordas, piano solo, orquestra com coro. Hoje vou ouvir a Orquestra Barroca da Casa da Música tocar. Apetece-me estar num local onde se oiça música e se medite na morte de Jesus. A Casa da Música ao fim da tarde tem todos os ingredientes para uma boa reflexão sobre o sofrimento e submissão.
Para quem não conhece a obra ficam aqui dois vídeos, ambos belos e sombrios.
Para quem não conhece a obra ficam aqui dois vídeos, ambos belos e sombrios.
Cristo crucificado

Salvador Dali
Hoje começa a Paixão de Cristo, a Igreja celebra a Última Ceia , o martírio e finalmente a condenação à morte de Cristo.
Por muito dscrentes que sejamos da instituição eclesial, as imagens de um Homem pregado numa cruz sempre me impressionaram e já vi dezenas de representações pictóricas das mesmas.
Os meus Pais tinham um livro sobre Jesus com um quadro surrealista na capa. Este livro estava numa saleta, em cima da mesa. Já nem me lembro bem do nome, julgo que era A Vida de Cristo de Daniel Rops, que li quando frequentei as aulas de História do Cristianismo. Essa pintura, que via praticamente todos os dias, sempre me impressionou muito e tenho para mim que é a mais bela imagem de Cristo crucificado que vi até hoje.
Dizem que Dali pediu a um trapezista americano que posasse para ele e que se inspirou nuns desenhos do místico S. João da Cruz conservados no mosteiro da Incarnação de Ávila. A posição da cruz , suspensa no espaço, tem gerado muita controvérsia.Para mim, é a mais humana e mais humilde representação de Cristo, aquela que mais me toca e impressiona.
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