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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

The Real Van Gogh



Há tempos falei-vos de uma exposição que esteve patente ao publico em Londres no aniversário da morte do pintor. Transcrevo aqui o que escrevi:

Este ano, a Royal Academy of Arts, em Londres, organizou uma expo em que procurou revelar O Verdadeiro Van Gogh com 65 pinturas, 30 desenhos e 35 cartas raramente vistas. Uma vasta exposição baseada no trabalho sobre a correspondência do artista feito por um trio do Museu Van Gogh de Amesterdão, Leo Jansen, Hans Luijten e Nienke Bakker.
Durante 15 anos, estes peritos prepararam uma monumental edição anotada, incluindo reproduções das cartas originais, muitas delas com desenhos, que já se pode adquirir nas livrarias e pelos sites online.


Da exposição foi produzido um livro único. Em Leeds estive já por duas vezes com a obra nas mãos, folheei-a calmamente e não fora o peso e tamanho da mesma tinha-a comprado, tal é a categoria da publicação. Custa 40 libras.

Há dias recebi um email da Amazon UK de que sou sócia há anos, informando-me de que não pagaria os portes em obras encomendadas, acima de x euros ou libras. Fiquei muito interessada nessa oferta pois, em geral, paga-se muito pelos portes e quase anula o desconto dos livos.
Fui à procura do "meu" Van Gogh" na Amazon e qual não é o meu espanto quando vejo que o mesmíssimo livro - The Real Van Gogh - está a metade do preço - era 40 libras e está a 21 - online. É uma verdadeira pechincha por um volume com tanta riqueza de conteudo, excelencia de edição , encadernado e único!

Vou encomendá-lo já hoje e aqui fica o recado para os amantes de compras online! Não é publicidade....é só informação cultural!

terça-feira, 27 de julho de 2010

VAN GOGH - 1853-1880



Faz hoje 120 anos que VINCENT VAN GOGH pôs termo à vida, após um período conturbado de depressão e problemas financeiros, para além de algumas quezílias sérias com o seu amigo Gauguin, que viveu um ano na sua casa.

Como quase todos os génios, Van Gogh não foi reconhecido pelos seus pares, embora o seu irmão Theo lhe tenha dado sempre apoio e fosse o seu bastião nos dez anos em que o pintor produziu quase toda a sua vasta colecção de obras-primas. Com baixa auto-estima, mas o pressentimento de que o que criava era original e belo, Van Gogh escreveu cartas interessantíssimas onde explicava com pormenor cada uma das suas obras, desenhava a lápis esboços de figuras e paisagens, exprimia a sua esperança em dias melhores e agradecia aos seus apoiantes a coragem por eles incutida.

Este ano, a Royal Academy of Arts, em Londres, organizou uma expo em que procurou revelar O Verdadeiro Van Gogh com 65 pinturas, 30 desenhos e 35 cartas raramente vistas. Uma vasta exposição baseada no trabalho sobre a correspondência do artista feito por um trio do Museu Van Gogh de Amesterdão, Leo Jansen, Hans Luijten e Nienke Bakker.
Durante 15 anos, estes peritos prepararam uma monumental edição anotada, incluindo reproduções das cartas originais, muitas delas com desenhos, que já se pode adquirir nas livrarias e pelos sites online.

Eis parte da carta derradeira, traduzida:

Há também, eu sei, a libertação, a libertação tardia. Uma reputação arruinada com ou sem razão, a penúria, a fatalidade das circunstâncias, o infortúnio, fazem prisioneiros.
Nem sempre sabemos dizer o que é que nos encerra, o que é que nos cerca, o que é que parece nos enterrar, mas no entanto sentimos não sei que barras, que grades, que muros.
Será tudo isto imaginação, fantasia? Não creio; e então nos perguntamos: meu Deus, será por muito tempo, será para sempre, será para a eternidade?
Você sabe o que faz desaparecer a prisão. E toda afeição profunda, séria. Ser amigos, ser irmãos, amar isto abre a porta da prisão por poder soberano, como um encanto muito poderoso. Mas aquele que não tem isto permanece na morte.
Mas onde renasce a simpatia, renasce a vida.
Além disso, às vezes a prisão se chama preconceito, mal-entendido, ignorância, falta disto ou daquilo, desconfiança, falsa vergonha.
Mas para falar de outra coisa, se eu caí, por outro lado você subiu. E se eu perdi simpatias, você por seu lado as ganhou. Eis o que me deixa contente; falo sério e isto sempre me alegrará. Se você fosse pouco sério e pouco profundo, eu poderia temer que isso não durasse muito, mas como acredito que você seja muito sério e muito profundo, sou levado a crer que isto durará.
Só que se lhe fosse possível ver em mim algo mais que um vagabundo da pior espécie eu ficaria muito contente. Então se eu puder alguma vez fazer algo por você, ser-lhe útil em alguma coisa, saiba que estou à sua disposição.
Se aceitei o que você me deu, você também poderia, caso de alguma forma eu puder ajudá-lo, pedir-me: eu ficaria contente e consideraria isso uma prova de confiança. Nós estamos muito distantes um do outro e podemos ter pontos de vista diferentes; contudo, em dado momento, algum dia, poderíamos ajudar-nos um ao outro.
Por hoje eu lhe aperto a mão, agradecendo novamente a bondade que você teve comigo.
Agora, se mais cedo ou mais tarde você quiser me escrever, meu endereço é chez Ch. Decrucq, rue du Pavillon 8, em Cuesmes, perto de Mons.
E saiba que escrevendo-me você me fará bem.

Do seu,

VINCENT “


Fica aqui um poema, baseado na última carta que Van Gogh escreveu a Theo

aquilo que vejo e observo
a cor serve para me exprimir théo: amarelo
terra azul corvo lilás sol branco pomar vermelho
arles
sulfurosas cores cintilando sob o mistério
das estrelas na profunda noite afundadas onde
me alimento de café absinto tabaco visões e
um pedaço de pão théo
que o padeiro teve a bondade de fiar

o mistral sopra mesmo quando não sopra
os pomares estão em flor
o mistral torna-se róseo nas copas das ameixeiras
arles continuou a arder quando tentei matar aquele
que viu a minha paleta tornar-se límpida
mas acabei por desferir um golpe contra mim mesmo
théo
cortei-me uma orelha e o mistral sopra agora
só de um lado do meu corpo os pomares estão em flor
e arles théo continua a arder sob a orelha cortada

por fim théo
em auvers voltei a cara para o sol
apontando o revólver ao peito senti o corpo
como um torrão de lama em fogo regressar ao início
num movimento de incendiado girassol



Al Berto, O Medo

domingo, 21 de março de 2010

Dia Mundial da POESIA

Coincide com o Dia da Árvore e o começo da Primavera....está um dia maravilhoso e daqui da minha janela só vejo árvores esvoaçando levemente na brisa morna das 2 da tarde. Quietude, solidão auto-procurada.
Estive a ler umas cartas de Van Gogh do site que vos aconselhei veementemente - é fantástico - e estou nostálgica, um pouco deprimida, não conseguindo aceitar que um génio capaz de pintar e desenhar como ele, tenha tido uma vida tão criativa mas tão desprezada, simultaneamente. Não havia compradores para obras tão luminosas. É inacreditável.



A ti Van Gogh,vai aqui um dos meus quadros e um poema da minha amiga Regina, que mo mandou neste dia Mundial da Poesia.

CAMINHO

Oculto no tempo está o caminho

que eu hei-de seguir,

quando me perder

por entre os meandros da minha memória.

Envolta no tempo ou no seu reverso,

eu hei-de partir

para outro universo,

noutra dimensão,

em que o pensamento,

sem grades, algemas,

possa vaguear com asas apenas,

adejar num cosmos pleno de harmonia,

poeira estelar a gerar poesia.


Regina Gouveia

sábado, 20 de março de 2010

Revisitar Van Gogh



hoje na P2 do Público vem um artigo super-interessante sobre uma exposição de pintura e relíquias de VAN GOGH na Royal Academy of Arts em Londres.

Infelizmente, vou a Inglaterra , mas não paro em Londres, se não não perderia tal evento.

Fica aqui uma parte do artigo para quem estiver interessado:

Van Gogh

Auto-retrato do artista em construção
São 65 pinturas, 30 desenhos e 35 cartas raramente vistas. Uma vasta exposição que se propõe revelar O Verdadeiro Van Gogh, além da loucura e da orelha cortada. E quem era o verdadeiro Van Gogh? Um autodidacta que se entregou à arte para chegar aos outros: trabalho, trabalho, trabalho. Talvez a arte tenha sido a sua saúde. Em Londres, até 18 de Abril. Por Alexandra Lucas Coelho, em Londres


No Verão de 1880, um jovem holandês, mas não tão jovem assim, decidiu tornar-se artista. Apenas dez anos depois, no Verão de 1890, deu um tiro no peito. Fizera mais de 800 pinturas e 1200 desenhos, mas quase ninguém se interessou por ele.

Hoje visto como o fundador da arte moderna, Vincent Van Gogh morreu a achar que era um fracasso.

A sua imagem popular é a do génio louco, aquele que antes de se suicidar já tinha cortado a orelha, incapaz de controlar os seus actos (epiléptico, esquizofrénico, maníaco-depressivo, envenenado pelo metal das tintas? - não se sabe ao certo).

Agora, a Royal Academy of Arts, em Londres, propõe revelar O Verdadeiro Van Gogh com 65 pinturas, 30 desenhos e 35 cartas raramente vistas.

Uma vasta exposição baseada no trabalho sobre a correspondência do artista feito por um trio do Museu Van Gogh de Amesterdão, Leo Jansen, Hans Luijten e Nienke Bakker.

Durante 15 anos, estes peritos prepararam uma monumental edição anotada, incluindo reproduções das cartas originais, muitas delas com desenhos.