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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Whitney Houston ( 1963-2012)


Parece que hoje em dia quase só se fala na perda de artistas, pintores, escritores, actores, pessoas que não queríamos que desaparecessem NUNCA.

Deixam-nos a consolação de que enquanto viveram contribuiram para que o mundo fosse mais belo, a sua criatividade e performances encantaram muitos de nós durante anos.
Whitney Houston foi presença constante nas minhas aulas de Inglês, usei várias canções dela nas minhas aulas, fazendo vibrar os alunos que a ouviam atentamente. Tinha uma voz potente, uma presença física muito bonita e um sorriso encantador. Foi uma sucessora de Dionne Warwick, sua prima e Aretha Franklin, sua tia.
. Criou um estilo que seria imitada por muitas outras cantoras de vozes volumosas como ela.

Não se sabe ainda como morreu, nem é importante. O que custa é constatar a perda de uma mulher de 48 anos com talento, família e futuro à sua frente.

Deixo aqui o vídeo duma das suas músicas mais queridas dos meus alunos:

Whitney, we'll always love YOU!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Antoni Tàpies

O pintor espanhol Antoni Tàpies faleceu nesta segunda-feira aos 88 anos, noticiou a Efe que cita fontes do Ayuntamiento de Barcelona, cidade onde nasceu. Antoni Tàpies
O pintor catalão, nascido em Barcelona em 1923 numa família burguesa, defensora dos costumes e cultura da Catalunha, recebeu no ano passado da casa Real, o título de marquês de Tàpies, pelo seu contributo para as artes plásticas.
Em 1990 recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias e abriu as portas da sua Fundação, em Barcelona, onde expunha grande parte da evolução da sua obra, uma referência pictórica do século XX.
Em 1992 o Ayuntamiento de Barcelona (Câmara Municipal) concedeu-lhe a a medalha de ouro da cidade.
A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e a Fundação de Serralves, no Porto, fizeram retrospectivas da sua obra e, em 2010, estiveram patentes exposições suas, em Évora e na Régua.

Não conheço bem a obra deste pintor, embora tenha consultado livros nos ateliers onde andei. Não é o tipo de abstractos que mais aprecio, não me atraem muito as cores, nem as formas. É , no entanto, um pintor muito conhecido e por isso presto-lhe homenagem aqui no blogue.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

STEVE JOBS - 1955-2011



Nem sei o que dizer.

Um Homem, um Criador, um Visionário e a sua equipa transformaram as Tecnologias em algo de Belo, para lá de úteis, indispensáveis e rentáveis.

Transcrevo um artigo da CNN:



Steve Jobs, 1955-2011: Technology's greatest visionary

By Miguel Helft, senior writer October 6, 2011: 7:17 AM ET



Steve Jobs, who by the force of his charisma, intuition and personality reshaped industries and turned Apple into America¹s most valued company, died at the age of 56.


FORTUNE -- On Wednesday, America lost its most successful chief executive, the technology industry lost its greatest visionary, and Silicon Valley lost a giant whose influence will be felt for years to come.


Steve Jobs, who by the force of his charisma, intuition and personality reshaped industries and turned Apple into America¹s most valued company, died at the age of 56.


"Steve's brilliance, passion and energy were the source of countless innovations that enrich and improve all of our lives, the Apple board said
in a statement. "The world is immeasurably better because of Steve.




Escrevo no meu Macbook da Apple.
Não o substituiria por mais nenhum, mesmo que me oferecessem. Sinto uma afeição quase física por este objecto, que comprei há dois anos a conselho do meu filho. Nele, tudo se torna mais nítido, mais belo, mais aliciante.... Sigo os conselhos do provérbio inglês: An APPLE  a day keeps the doctor away. :) ( uma maçã por dia, mantém o médico à distância)

Obrigada, Steve!

Este foi o seu último discurso em Stanford , em Fevereiro deste ano.
O discurso está legendado em Português e vale a pena lê-lo. É uma lição exemplar. Só uma pessoa muito especial poderia expressar-se assim.




quarta-feira, 29 de junho de 2011

Morangos amargos


Quando dava aulas - já há uns sete anos ou ainda antes - comecei a ver a série juvenil para acompanhar os interesses dos meus alunos, que eram fãs incondicionais deste programa. Os primeiros eram engraçados e havia na novela alguns jovens prometedores, quer como actores, quer como pessoas.
As histórias continham uma certa ética ou moral nos comportamentos expressos, os professores eram credíveis, embora a escola fosse muito virtual e diferente da maioria das escolas que eu conhecia. Os jovens eram muito activos e indisciplinados, um pouco como na série Fame que foi um sucesso mundial e levou muitos jovens a querer seguir ou praticar as artes, a dança, a música, o teatro, etc. Deve ter sido uma das séries que mais artistas potenciais criou nos países onde a série passou.
Os meus filhos adoravam ver aquelas personagens do Fame, a música era entusiasmante, as pessoas eram palpáveis e existiam a sério. Lembro-me da morte dum dos actores mais brilhante, de seu nome Leroy, alegadamente com Sida. Fiquei triste na altura.
O mesmo aconteceu com Morangos com Açucar, muitos dos actores de telenovelas hoje começaram os seus passos nessas histórias fantasistas, retrato pouco fiel da sociedade de hoje, mundo retocado de modo a agradar cada vez mais aos adolescentes cada vez mais novos.
Há já uns cinco anos que não vejo essa série, deixou de me interessar e parece-me muito fútil, inverosímil e até pouco educativa.
A morte de Angélico Vieira, porém, não me deixou indiferente. Penso que era melhor actor do que cantor, o que oiço dele não me entusiasma, nem sequer acho que tivesse grande voz. Era porém um jovem de 28 anos, bonito e sorridente, com a vida toda pela frente. Todos os acidentes são estúpidos. Este foi mais um. Será lembrado como Kurt Cobain, Carlos Paião, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, James Dean....apenas porque morreu na flor da idade.
O que não lembra ao diabo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

De Goa para Lisboa...aos 14 anos



Faz hoje trinta anos que o meu Pai faleceu. Depois de um AVC em Junho, em que ficou incapacitado parcialmente, os seis meses que se seguiram foram penosos para a família, que o vira sempre tão dinâmico, esperançoso, feliz com os seus numerosos netos, que já eram 13 ao todo ( hoje são 21). Na altura já eu vivia no Porto e tinha tido o meu filho mais novo tres semanas antes. Nunca chegou a conhece-lo.



O meu Pai foi único, não digo no sentido melhor ou pior, mas pessoas como ele não existem muitas. Nasceu em Goa. Aos 14 anos, seus pais, meus Avós, enviaram-no para Lisboa, num navio a cargo do capitão, para estudar na capital do Império, que ficava a um mês de distância. Era o filho mais velho de oito irmãos, inteligente, deveria preparar-se melhor para uma carreira futura. O seu tio Padre o acolheria e ajudaria a formar-se. Depois de terminado o curso voltaria para Goa.

Aos 21 anos o meu Pai terminou o curso de Medicina e foi convidado para Assistente do Professor Castro Freire, pediatra, a título gracioso. Trabalhou então em policlínicas para se sustentar. Aos 28 casou com a minha Mãe e só voltou a Goa em visita 35 anos depois de ter chegado. A vida de médico pediatra e de professor, a família numerosa, e talvez um certo receio de regressar às origens, fizeram com que se enraizasse em Lisboa para sempre. Mas, nem o meu Pai, nem a minha Mãe, também ela filha de um goês, eram tipicamente portugueses, tinham um espírito aberto, internacional, que nos abriu horizontes muito para lá do pequeno país onde vivemos. Frequentámos um colégio inglês o que ainda aumentou mais a nossa "internacionalização".
Admiro muito o meu Pai, embora sempre lhe visse alguns defeitos, que na altura não compreendia, mas agora percebo claramente. A sua exigência, uma certa dificuldade em ceder, intransigência e reserva eram apenas uma capa, no fundo preocupava-se connosco e emocionava-se com os nossos sucessos. Ensinou-me muito a nível de apreciação da música, da arte, da natureza e dos valores familiares. Foi um exemplo como Homem, Marido e Pai.
Faleceu cedo demais. Tinha 68 anos. Poderia ter gozado mais trinta anos, reformado, com os netos e bisnetos, fazendo as suas viagens com a minha Mãe que ele adorava.
Estive cinco anos fora de tudo, na província e vi-o menos do que gostaria. Mas mesmo assim, nunca esquecerei a última vez que o vi aqui no Porto, à porta da casa da minha sogra, com a sua gabardine beige, ansioso por me ver, com duas prendinhas para os meus filhos mais velhos. Vinha para um congresso e no hotel, mostrou-me, orgulhoso, os slides que fizera para a sessão, desejei-lhe boa sorte. Nunca mais o vi assim.

Eis aqui a homenagem modesta que lhe que posso fazer aqui no meu blogue, Pai.
Como diz o seu filho mais novo, os Pais devem estar algures na Eternidade, a olhar para os vossos 21 netos e trinta bisnetos, com um sorriso de felicidade.
Até sempre!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

As árvores resistem mais do que os homens



Anne Frank e sua irmã Margot em Frankfurt

Li a notícia de que o velho castanheiro que Anne Frank via pela janela do anexo e que é referido no seu Diário, veio hoje abaixo depois dum grande temporal em Amsterdam.

Notícia do PUBLICO:


Partiu-se o castanheiro centenário da casa de Anne Frank

Tinha 150 anos e foi um consolo para a adolescente judia que se escondeu durante dois anos num sótão de Amesterdão. Uma tempestade deitou-o abaixo
Era grande e imponente e foi um consolo para a jovem judia Anne Frank, quando ela viveu durante mais de dois anos escondida dos nazis num sótão de Amesterdão, na Segunda Guerra Mundial. Ontem, o castanheiro com mais de 150 anos que ainda estava à entrada da Casa-Museu Anne Frank quebrou-se como um pau de fósforo, sob a força de uma tempestade de vento e chuva.

"Partiu-se completamente, a cerca de um metro do chão", disse um porta-voz da Casa de Anne Frank - que, na altura, estava cheia de turistas, diz a agência Reuters.
O castanheiro era um dos poucos vestígios da natureza que eram visíveis à adolescente judia enquanto ela esteve escondida naquele sótão. Ela fala da árvore no seu diário, que se tornou num best-seller mundial, depois da sua morte, num campo de concentração nazi, em 1945.
"O nosso castanheiro está cheio de flor. Está coberto de folhas e ainda mais bonito do que no ano passado", escreveu ela em Maio de 1944, pouco antes de ser denunciada aos nazis.
A árvore tinha sido atacada por um fungo e, em 2007, esteve para ser derrubada, pois temia-se que pudesse cair e tornar-se um perigo para o milhão de visitantes que o museu de Amesterdão recebe todos os anos.Mas os responsáveis do museu e especialistas em conservação da natureza desenvolveram um método para segurar o castanheiro com uma grade de aço. A árvore poderia ainda viver algumas dezenas de anos, estimou uma fundação holandesa.Foram retirados alguns caules do castanheiro que foram plantados num parque de Amesterdão e noutras cidades, para além da Holanda, para fazer castanheiros semelhantes, usando a técnica da germinação por estacas. Mas não há planos para plantar um castanheiro semelhante no mesmo local, ou preservar os restos da árvore, disse à Reuters Arnold Heertje, membro do grupo Support Anne Frank Tree.
"Temos de nos render aos factos. A árvore caiu. Será cortada e vai desaparecer. A intenção não era mantê-la viva para sempre. Viveu 150 anos, agora acabou-se", disse Heertje.


É pena. Porque essa árvore representou momentos efémeros mas belos no cativeiro de uma das mais genuínas e radiosas adolescentes do seculo XX.

terça-feira, 27 de julho de 2010

VAN GOGH - 1853-1880



Faz hoje 120 anos que VINCENT VAN GOGH pôs termo à vida, após um período conturbado de depressão e problemas financeiros, para além de algumas quezílias sérias com o seu amigo Gauguin, que viveu um ano na sua casa.

Como quase todos os génios, Van Gogh não foi reconhecido pelos seus pares, embora o seu irmão Theo lhe tenha dado sempre apoio e fosse o seu bastião nos dez anos em que o pintor produziu quase toda a sua vasta colecção de obras-primas. Com baixa auto-estima, mas o pressentimento de que o que criava era original e belo, Van Gogh escreveu cartas interessantíssimas onde explicava com pormenor cada uma das suas obras, desenhava a lápis esboços de figuras e paisagens, exprimia a sua esperança em dias melhores e agradecia aos seus apoiantes a coragem por eles incutida.

Este ano, a Royal Academy of Arts, em Londres, organizou uma expo em que procurou revelar O Verdadeiro Van Gogh com 65 pinturas, 30 desenhos e 35 cartas raramente vistas. Uma vasta exposição baseada no trabalho sobre a correspondência do artista feito por um trio do Museu Van Gogh de Amesterdão, Leo Jansen, Hans Luijten e Nienke Bakker.
Durante 15 anos, estes peritos prepararam uma monumental edição anotada, incluindo reproduções das cartas originais, muitas delas com desenhos, que já se pode adquirir nas livrarias e pelos sites online.

Eis parte da carta derradeira, traduzida:

Há também, eu sei, a libertação, a libertação tardia. Uma reputação arruinada com ou sem razão, a penúria, a fatalidade das circunstâncias, o infortúnio, fazem prisioneiros.
Nem sempre sabemos dizer o que é que nos encerra, o que é que nos cerca, o que é que parece nos enterrar, mas no entanto sentimos não sei que barras, que grades, que muros.
Será tudo isto imaginação, fantasia? Não creio; e então nos perguntamos: meu Deus, será por muito tempo, será para sempre, será para a eternidade?
Você sabe o que faz desaparecer a prisão. E toda afeição profunda, séria. Ser amigos, ser irmãos, amar isto abre a porta da prisão por poder soberano, como um encanto muito poderoso. Mas aquele que não tem isto permanece na morte.
Mas onde renasce a simpatia, renasce a vida.
Além disso, às vezes a prisão se chama preconceito, mal-entendido, ignorância, falta disto ou daquilo, desconfiança, falsa vergonha.
Mas para falar de outra coisa, se eu caí, por outro lado você subiu. E se eu perdi simpatias, você por seu lado as ganhou. Eis o que me deixa contente; falo sério e isto sempre me alegrará. Se você fosse pouco sério e pouco profundo, eu poderia temer que isso não durasse muito, mas como acredito que você seja muito sério e muito profundo, sou levado a crer que isto durará.
Só que se lhe fosse possível ver em mim algo mais que um vagabundo da pior espécie eu ficaria muito contente. Então se eu puder alguma vez fazer algo por você, ser-lhe útil em alguma coisa, saiba que estou à sua disposição.
Se aceitei o que você me deu, você também poderia, caso de alguma forma eu puder ajudá-lo, pedir-me: eu ficaria contente e consideraria isso uma prova de confiança. Nós estamos muito distantes um do outro e podemos ter pontos de vista diferentes; contudo, em dado momento, algum dia, poderíamos ajudar-nos um ao outro.
Por hoje eu lhe aperto a mão, agradecendo novamente a bondade que você teve comigo.
Agora, se mais cedo ou mais tarde você quiser me escrever, meu endereço é chez Ch. Decrucq, rue du Pavillon 8, em Cuesmes, perto de Mons.
E saiba que escrevendo-me você me fará bem.

Do seu,

VINCENT “


Fica aqui um poema, baseado na última carta que Van Gogh escreveu a Theo

aquilo que vejo e observo
a cor serve para me exprimir théo: amarelo
terra azul corvo lilás sol branco pomar vermelho
arles
sulfurosas cores cintilando sob o mistério
das estrelas na profunda noite afundadas onde
me alimento de café absinto tabaco visões e
um pedaço de pão théo
que o padeiro teve a bondade de fiar

o mistral sopra mesmo quando não sopra
os pomares estão em flor
o mistral torna-se róseo nas copas das ameixeiras
arles continuou a arder quando tentei matar aquele
que viu a minha paleta tornar-se límpida
mas acabei por desferir um golpe contra mim mesmo
théo
cortei-me uma orelha e o mistral sopra agora
só de um lado do meu corpo os pomares estão em flor
e arles théo continua a arder sob a orelha cortada

por fim théo
em auvers voltei a cara para o sol
apontando o revólver ao peito senti o corpo
como um torrão de lama em fogo regressar ao início
num movimento de incendiado girassol



Al Berto, O Medo

domingo, 20 de junho de 2010

Homenagem póstuma a Saramago


POEMA A BOCA FECHADA



Não direi:

Que o silêncio me sufoca- e amordaça.

Calado estou, calado ficarei,

Pois que a língua que falo é doutra raça.



Palavras consumidas se acumulam,

Se represam, cisterna de águas mortas,

Ácidas mágoas em limos transformadas,

Vasa de fundo em que há raízes tortas.



Não direi:

Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,

Palavras que não digam quanto sei

Neste retiro em que me não conhecem.



Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,

Nem só animais boiam, mortos, medos,

Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam

No negro poço de onde sobem dedos.



Só direi,

Crispadamente recolhido e mudo,

Que quem se cala quanto me calei

Não poderá morrer sem dizer tudo.

sábado, 15 de maio de 2010

Alasdair Roberts

É um cantor pouco conhecido , embora tenha estado há pouco tempo na Aula Magna de Lisboa. É escocês e canta música inspirada em canções tradicionais, muito sentidas e com aquele sabor céltico que perdura para além dos rocks e pops que por aí se propagam sem qualquer valor.

Mandei vir dois CDs pela Aamazon para o meu filho que termina hoje os exames escritos para o CEJ, se Deus quiser, e gostei muito de ouvir este tipo de baladas, de modo que as ponho aqui para quem quiser desfrutar dum tipo de música menos convencional.As letras são sempre um pouco herméticas, ao estilo medieval, com a Morte e a Vida em constante sobressalto.Esta canção chama-se Farewell sorrows ( dores do adeus)


Raise me high, raise me high,
That I may see my fallen kindred seated.
Who met with death upon the battlefield,
Who, in the end, fell and were defeated.

And the way they were tricked by death,
Betrayed, betrayed, leveled and mistreated.
I've stuck a knife in a man for less,
But Death is not so easily defeated.

And you can pray, pray and pray for Life.
But know my friend, my dearest friend, please know this,
That Life is but Death's own right-hand man.
In every piece of his own left-hand business.

So, arm in arm, we'll run toward those two
And, we as they, join them double-threaded
And, arms flung wide, we'll run towards those two
And never fear that which once we dreaded.


[ Farewell Sorrow Lyrics on http://www.lyricsmania.com/

Tradução livre duma quadra :

E bem podes rezar, rezar, rezar pela tua Vida
Mas fica ciente, meu amigo, meu querido amigo,
De que a Vida não é mais que o braço direito da Morte
movendo-se em todos os meandros da sua sinistra empresa.

Gloomy !!! :)))

domingo, 18 de outubro de 2009

Laus Deo



(Foto tirada por mim aqui da minha varanda ao fim do dia)

Não acredito em Deus.
Ou seja acredito num ser sobrenatural que existe na Natureza e está acima da nossa existência humana, mas não naquele Deus da religião cristã e católica, que castiga - não se sabe porquê - e dá a uns muito mais do que a outros e permite que uns bons e jovens morram, quando os outros andam por cá anos e anos a dar cabo disto tudo. Desculpem a franqueza. Isto deve-se a ter lido muito Sartre e Camus na FLUL, ter feito a cadeira de História do Cristianismo - dada magistralmente pelo P. Honorato Rosa, que um dia subitamente morreu quando estava a tomar um duche e nos deixou sem aulas e sem a sua sapiência. Ainda hoje pergunto a Deus como foi aquilo acontecer!

Não acredito no Deus de barbas brancas e custa-me ver as crianças aterrorizadas a pensar que fizeram asneiras e vão ser castigadas pelo tal Deus que elas não vêem , mas que as vê a elas. Deve ser terrível. Lembro-me que uma vez me fui confessar e disse ao Padre que tinha ficado com uma borracha que não era minha e ele disse: Isso não é pecado, filha. Fui absolvida e não a devolvi!

Isto tudo para dizer que hoje quase acreditei em Deus, enquanto olhava para o mar na Foz e o sol banhava tudo de uma luz tipica de Outono, suave e quente, limpida e quase mágica. Estive a pintar a pastel durante uma hora - uma alameda de jacarandás - , a ouvir música de Leonard Cohen ( é quase um Deus para mim), a vibrar com o estrondo das ondas contra a rocha masoquista da Praia dos Ingleses e a confraternizar em silêncio com a minha filha, rochas, gaivotas, areia, turistas, navios, petroleiros, jactos e tudo o que a vista alcança.

Fui feliz naquela hora e perguntei-me se morresse naquele instante, se não era bem melhor do que ficar velha um dia e só ter e dar chatices aos outros. Pode parecer mórbido, mas não é, vem-me isto muitas vezes à mente quando estou no auge da felicidade. E só não morro porque os outros iriam ficar tristes, muito tristes sem mim. Faço imensa falta, acho eu.



Um jacto a atravessar o sol :))



A Foz, local divino

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Outono



(Fotos minhas tiradas na Rotunda da Boavista - Novembro 2008 - clicar)


O Outono já chegou - aos arrufos do vento
as folhas num desmaio embalam-se pelo ar... - vão caindo...caindo
uma a uma, em desalento
e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...

O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento
e envolveu na neblina a luz baça do luar...
- na alameda onde vou, de momento a momento,
há um gemido de folha a cair e a expirar...

O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
e o vento a cirandar na curva das estradas
eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...

Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
- e à aragem que soluça entre as ramas curvadas,
parece que o arvoredo em coro está chorando!...

Camilo Pessanha