Hoje fui ao cinema. Paguei 5 euros por dois bilhetes por ser cliente da Zon e senior:))
Não foi uma ida vulgar, mas propositada, para me esquecer da realidade, para me evadir em espírito e por umas horas acreditar.
Acordei com uma angústia enorme que só passou quando me sentei na sala e as luzes se apagaram. As razões para tal não existem, são endémicas, como se diz agora. Mas a verdade é que acordei como se o mundo fosse acabar amanhã. Há coisas que não se explicam, fazem parte da nossa maneira de ser e são difíceis de compreender, quando se tem tudo na vida para se ser feliz.
O filme era o ideal. Inglês, passado na Escócia e em Londres, simples, bonito, verosímil, q.b. Actores excelentes, sentimentos contidos, evolução das relações, dos hábitos, das vidas...
A linha do enredo do filme é revelar o que se passa na vida de duas pessoas no dia 15 de Julho, ano após ano durante vinte anos, o que fazem, com quem vivem, como trabalham, do que gostam, etc. É original e interessante, mesmo que aparentemente um pouco vazio. A minha filha tem o romance e vou lê-lo, pois deve ser mais denso e talvez mais empolgante. Mas gostei do filme, da música e da Paz que me transmitiu.
Os meus netos vieram aqui durante a tarde, vão crescendo e dando-me cada vez mais alegria. O mais velho já vai no 4º Harry Potter com sete anos de idade....adora ler... e a J.K Rowling caiu-lhe no goto.Ainda bem, acho que quando tinha a idade dele, ler era o meu hobby favorito, para alem de fazer ginástica pela casa toda, segundo dizem as minhas irmãs...o mais novo com 2 anos já diz OK, em vez de Sim, está no bom caminho:))
Ontem celebrou-se o Dia do Livro Infantil. Li no Público o depoimento de várias pessoas que escrevem e outras que só aconselham vários livros para os mais pequenos. Pessoalmente, há livros que me encantaram quando era criança. Lembro-me do Feiticeiro de Oz, numa edição grande com os desenhos originais a preto e branco, os livros da colecção Azul, com predominância para os da Condessa de Ségur, que líamos vezes sem conta. Mais tarde comecei a ler os Cinco, um primo meu ofereceu-me o primeiro quando fiz 10 anos. A Editorial Notícias publicava um de vez em quando e ele encarregava-se de nos oferecer os livros mal eles chegavam. Ás vezes havia bulhas lá em casa pois todos queríamos ler ao mesmo tempo. Um pouco mais tarde lia tb com agrado as biografias de cientistas e pessoas célebres nas colecções de Adolfo Simões Muller. Em adolescente já lia Pearl Buck, Berthe Bernage ( tão beata:)) e Júlio Diniz. Os meus filhos já tiveram outras leituras, embora a minha filha fosse muito tradicional e lesse quase tudo o que eu li. Ela propria comprou a colecção Azul novinha e ainda os livros da Anita, os da Enyd Blyton todos. Os meus filhos rapazes gostavam muito do Triangulo Jota e o Clube das Chaves e tb de Uma Aventura...mas o mais novo lia muito Banda Desenhada do Tintin, Asterix, Alix, Lucky Luck, biografias, livros sobre História de Portugal ( cor de laranja) e até vários livros com histórias da Bíblia, que ele adorava. Não tínhamos o hábito de lhes ler antes de irem para a cama, em geral ouviam música que eu punha a tocar no corredor junto ao quarto deles. Os meus netos têm uma panóplia de livros em casa e todas as noites ouvem ler uns tres capitulos de uma história, quer pela Mãe ( que por vezes adormece antes deles) , o Pai ou eu , se calha lá estar. Querem ver os bonecos todos e acompanhar a leitura, é um momento muito doce ao fim do dia.
Queria aqui falar dos livros de poemas para crianças da minha amiga Regina Gouveia,
já vão em três e são muito belos para as crianças, pois juntam o amor pela ciência à poesia. A escritora e professora de Física tem-se desdobrado em workshops para crianças, juntando a Física, a Astronomia e Ciencias, em geral, à Poesia , em escolas por esse país fora. Os testemunhos podem ser lidos no seu blogue Do Caos ao Cosmos e nos blogues das escolas que visitou.
As vezes estou meses sem me apetecer ir ao cinema. Mas esta é a altura em que aparecem os filmes dos Oscares e há sempre algo a ver. ODiscurso do Rei é um filme genial do princípio ao fim. Não porque tenha uma história complicada, como Black Swan, ou efeitos especiais como Avatar. Mas porque apresenta performances excelente de actores consagrados, settings de cortar a respiração, música clássica nos intervalos das cenas e acima de tudo, humanidade, emoção, sentido de humor, vibraçao e expectativa em todos os momentos do filme. Não sei do que gostei mais. Gostei dele todo. É espantoso. Como o filme A Rainha, mas com mais contenção e mais interesse. Colin Firth e Geoffrey Rush são exímios, nos olhares, nas expressões, no discurso, nas atitudes, na emoção contida, nos acessos de fúria, na amizade que nutrem um pelo outro. Eles são o filme. Actores que já tinha visto noutros papeis igualmente notaveis: Shine, Pride and Prejudice, Um Homem Singular, A Paixão de Shakespeare, etc.
Uma noite inesquecível....mesmo com o barulho da sala a abarrotar, com pipocas, intervalo, etc. A não perder.
Ontem escrevi um post enorme sobre as minhas memórias da infância e a dos meus filhos, comparando os modos de entretenimento que as duas gerações tinham usufruído.Apaguei-o sem querer e não sei como, nada ficou gravado. Resolvi escrever outro parecido, usando as ilustrações que tinha escolhido.
Lembro-me de ser bem pequena, quando íamos passar os sábados à tarde a casa da Avó ( os Avós eram dois, mas nós dizíamos Casa da Avó) com as minhas irmãs. Como éramos oito, tínhamos de ir em duas fornadas de 4+4, se não a pobre da Avó, que era uma santa, teria tido muito que aturar. Mesmo assim , ela tinha uma paciência enorme, contava-nos histórias infindáveis, algumas só suas e que, infelizmente, morreram com ela porque nenhum de nós é capaz agora de as contar tal qual. Tinha um livro grande cor de rosa com as Fábulas de La Fontaine, com ilustrações lindíssimas e os livros da Bécassine, que traziam de França e que ela nos traduzia, modificando o que nos pudesse pôr tristes:)). Mesmo assim, havia partes em que a Bécassine fazia burrices por ser pouco dotada e isso comovia-me até às lágrimas.Devo dizer que sempre fui uma sentimental! As 19 horas era o momento sagrado da Emissão Infantil. Íamos para o quarto do Avô, interrompíamos a sua música clássica para ouvir as horrendas vozes das Odete de Saint Maurice e filhas e da Madalena Pataxo, uma espécie de novelas como a Polyanna e outras ainda mais pirosas, que nós adorávamos. As emissões de histórias radiofónicas ainda se prolongavam até 2ª feira com o Cantinho dos Miudos, as 17.10, exactamente quando nos iam buscar ao colégio; aí ouvíamos no carro emissões brasileiras, contos de Grimm e de Andersen, depois feitos em filmes da Disney.Já as sabíamos de cor, mas não fazia mal.Pelo menos não ouvíamos o Teatro Tide !!!
Não havia televisão. O meu Pai só a comprou em 1969 quando o Armstrong pôs o pé na Lua. Antes disso, cada vez que queríamos ver um dos jogos do Benfica na Europa, íamos a casa duns vizinhos onde nos amontoávamos na sala a sofrer e a torcer. O Mundial de 66foi visto em casa do meu irmão , que tonha arranjado uma TV pequenina e a punha no cimo dum armário para que todos pudéssemos ver. O Eusébio parecia uma formiguinha a correr de um lado para o outro.. Ficámos todos com os olhos em bico naquele jogo contra a Coreia e chorámos de raiva no Portugal-Inglaterra do nosso descontentamento.
Mais tarde, os tempos eram outros, os meus filhos eram crianças e passavam bastante tempo a ver as emissões a preto e branco para crianças infindáveis como a Heidi e o Marco, o Era uma Vez o Homem, o Conan, o Dartacão, etc. E nós com eles a criticar as vozes da Candy Candy e os olhos em bico de todos os herois da banda desenhada japonesa.
Hoje os meus netos vêm cá jantar e dormir pela primeira vez. Até agora não tinha espaço para eles, mas já não há mais alibis....tenho dois quartos vazios e um deles já todo arranjadinho para dormirem os dois juntos. Já sei que vão querer ver o Panda Biggs, neste momento a alegria da pequenada de sete-oito anos. Espero que não acordem às 6 da manhã com a excitação!! Curioso que os filmes para crianças ainda nos presenteiam com as mesmas vozes irritantes de sempre. Eu com paciência de Avó estarei feliz por tê-los cá e poder mostrar-lhes como gosto deles, apesar de às vezes me parecer que já vivi mais de dez vidas e que já não tenho muito por onde.
Fica aqui um genérico que ainda me faz chorar...il était une fois l'homme, la vie et l'espace,.
Quadro pintado pela minha amiga Teresa Silva Vieira, que se inspirou numa biblioteca alemã para criar esta pintura. O quadro está na parede principal da minha sala.
Muitas horas da minha vida passei em bibliotecas.... Desde miuda, adorava o escritório do meu Avô, forrado de estantes castanho escuro, com livros encadernados - alguns por ele próprio - e com títulos a oiro. Cheiravam um bocadinho a velho, mas transmitiam-nos algo de misterioso e de etéreo. Pelo meio dos livros, havia bibelots trazidos da India a cheirar a sândalo, caveiras várias, budas de todos os tamanhos e cores, Mefistófeles com corpos histriónicos ( um deles veio parar a minha casa pois a minha Avó ofereceu-o ao meu ex-), estatuetas clássicas de crianças a ler, canetas, lápis aparados por ele, um bric-a-brac de objectos pessoais que diziam muito da sua personalidade e vida. A minha Mãe tb tinha uma biblioteca completa de livros que ainda hoje gostaria de ler - Livros do Brasil, Somerset Maugham, Hemingway, Pearl Buck e Livres de Poche grossos e apetitosos; tenho pena de não ter ficado com alguns que li na minha adolescência e juventude. A biblioteca do meu Pai era esteticamente uma das mais bonitas que já vi, com estantes de boa madeira avermelhada e fimbria dourado velho, num escritório que me metia um pouco de medo e que só se vêem agora nos filmes ingleses de época. Os livros eram todos encadernados por um tal senhor Horácio, que se esmerava em fazer as colecções todas em couro de cores diferentes. Nunca li livros do meu Pai a não ser na faculdade, pois não eram aconselháveis para crianças ou seriam demasiado puxados para a nossa idade. Na minha Escola, a biblioteca era um manancial de obras antigas, quase monumentos nacionais e muitas horas ali passei a vasculhar as revistas e livros da minha especialidade - havia tudo - o que me foi muito útil para a elaboração de manuais escolares. Na altura já havia fotocópias de modo que fotocopiava páginas e páginas, com as quais contituí um dossier precioso. Também adorava a biblioteca do Britânico, trazia de lá livros, cassetes , revistas inglesas actuais, jornais, etc. O sítio era fabuloso e não se resistia a tanto livro inglês!!Passava lá muitas horas, só a folhear as revistas por prazer.
Agora só uma biblioteca pública me atrai e muito: A Biblioteca Almeida Garrett nos jardins do Palácio de Cristal, um dos locais mais aliciantes para novos e velhos.
Hoje estou um pouco "farta" de livros, ou seja, de ter tanto livro em casa que já ninguém lê. Gostava de oferecer todos os meus livros do ensino de Inglês à Escola, mas já ninguém se interessa pelos manuais ou pedagogias ultrapassadas numa era de tecnologias em que até o vídeo se tornou obsoleto. É um desperdício.
Fica aqui um poema de Jorge Sousa Braga, já muito conhecido, mas delicioso:
in: Woophy
As árvores como os livros têm folhas e margens lisas ou recortadas, e capas (isto é copas) e capítulos de flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras, que se podem ler nas suas páginas, no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras.
A tradução não é exacta. Para mim, este "single" significa "só". Singular remete para a ideia de especial, estranho, diferente. George não é nada disso. É um homem comum, que se encontra a lidar com a ausência do seu amante, numa solidão insuportável, e numa vida que só encontra satisfação nas memórias do que já não existe.
Não quero ser "spoiler" e por isso fico por aqui. Gostei do filme. Gosto das vozes inglesas. Gosto do Colin Firth ( o célebre Darcy de Orgulho e Preconceito, aqui já mais maduro e envelhecido), gosto da Julianne Moore ( não é uma Barbie americana), a música é sublime e acompanha o filme dum modo total.
À primeira vista este filme poderia ser francês, não fora a língua e os actores. è um filme lento, pensado, feito de detalhes. Bom para quem não está à espera de uma aventura cheia de suspense, um thriller ou duma história de paixões.
A música vai aqui. Vale a pena ouvir até ao fim. Lindíssima, como em quase todos os filmes ingleses.
“…Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos. Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares…”, Sophia de Mello Breyner in “O Rapaz de Bronze”
É assim que começa o conto de Sophia.
Hoje uma parte deste jardim - será uma ínfima parte, mas era tão bela - foi decepada duma vez só. Cortaram a grande tília que se erguia mesmo junto à entrada e ao portão. Era linda, ainda nem sequer tinham caído as folhas doiradas, a sua abóbada via-se quase desde a Av. da Boavista, quando se vai pela Rua António Cardoso em direcção ao Campo Alegre. Enamorada que sou por árvores, disse muitas vezes aos meus filhos: Olhem para esta maravilha, parece desenhada no céu por um pintor, tal é a simetria da sua abóbada. Gostava daquela tília como se fosse da minha família. No chão ficou um cepo de um metro ou mais, sobre o qual brincava um miudita toda feliz. Nem sequer quis ver melhor, a entrada parece vazia e triste.
Fui à procura de referências a este belo exemplar arbóreo online e emcontrei este extracto interessante:
Não é, por isso, de estranhar que, logo nos bosquetes de entrada seja possível ler extractos de obras de Sophia e Ruben que descrevem a quinta, um dos quais refere as tílias existentes na frente da casa. Da mesma forma, é possível admirar a árvore de papel, cuja casca - que se desprende como folhas de papel - era utilizada pelas crianças para construir o que diziam ser as casas dos anões, no local onde hoje existe o Jardim dos Anões.
“Este jardim tinha um grande carvalho e um conjunto de faias, que estão descritos nas histórias de Sophia. Sabemos que era o local onde as crianças brincavam e faziam as casas dos anões, sendo o cenário do conto ‘A Floresta’, escrito por Sophia”, salientou Teresa Andresen. A poucos metros de distância encontra-se o Jardim do Rapaz de Bronze, outra referência importante na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen, dominado por um pequeno lago com uma estátua de onde jorra água.
“O ‘Rapaz de Bronze’, outra história de Sofia, também cá está, só que nunca foi um rapaz, sempre foi uma senhora, que ela ficcionou como sendo um rapaz”, frisou a directora do Jardim Botânico. “Num lugar sombrio, solitário e verde, havia um pequeno jardim rodeado de árvores altíssimas. No meio desse jardim havia um lago redondo sempre cheio de folhas. No centro do lago havia uma ilha muito pequena onde cresciam fetos e no centro estava uma estátua que era um rapaz de bronze”, pode-se ler numa placa junto ao lago, que cita um trecho da obra ‘O Rapaz de Bronze’. Os denominados jardins literários, pela sua ligação com as vivências de Sophia e Ruben, estão situados em volta da casa principal, sendo possível ao visitante sentar-se no banco de azulejos descrito pela escritora,observar a glicínia de que fala na sua obra e mesmo o bucho que entra num dos seus contos. “A opção de manter as vivências de Sophia foi uma coincidência.
Foi sempre um dos meus livros favoritos. Contam as minhas irmãs que, em criança, li o calhamaço enorme de capa dura com ilustrações a tinta da china pelo menos seis vezes. Acrescentam que acabava a última página e regressava à primeira com o mesmo interesse e espanto.
Não sei se foi mesmo assim, mas " O Feiticeiro de Oz" fez sempre parte do meu imaginário, ainda que sentisse algum receio da Bruxa Má do Oeste e mesmo do próprio Feiticeiro. Voltei a sentir o mesmo ao ver o filme em écran gigante na Casa da Música, com a Orquestra do Porto a tocar o soundtrack ao vivo. Uma experiência inolvidável.
Já ofereci este livro a várias crianças, duas delas americanas, bem novinhas.O Pai, grande amigo do meu filho e professor na Universidade de Cornell, leu-lhes o livro todo, por fases, à noite, antes de irem dormir; disse-me, mais tarde, que eles tinham adorado. Infelizmente esse nosso Amigo faleceu num desastre de avião que ele próprio pilotava já fez dois anos. Cada vez que vejo o livro, lembro-me dele com saudade.
Hoje fiz esta pintura e ao manipular a foto de várias maneiras, veio-me à cabeça a bela estrada amarela e o campo cheio de papoilas que Dorothy atravessa com os seu amigos em busca do arco íris e das soluções para os problemas que os afligem.
( clicar)
É um guache sem nada de especial feito na mesa da cozinha, enquanto esperava pelo meu neto.
Mas aqui fica algo melhor: a canção imortal de Judy Garland, Somewhere Over the Rainbow que ainda agora me comove.
Sempre sofri de insónias....desde criança. às vezes dava comigo em pé no meio do quarto às escuras sem saber onde estava a minha cama. Outras vezes, ia ver filmes como Peter Pan, aos seis anos, a Bela Adormecida ou a Branca de Neve e morria de medo com a ideia de encontrar o capitão Hook e a sua dentuça alvar ou a bruxa com a maçã. Um dos primeirso filmes que me tirou o sono foi " O maior espectáculo do Mundo", uma história de amor no circo, em que havia um descarrilamento de comboio provocado por explosivos e uma rapariga que caía dum trapézio. Tudo cenas de arrepiar. Mais tarde , qualquer filme de guerra, campos de concentração, torturas ou puro terror davam-me cabo da noite, mesmo que tivesse visto o filme de dia. Lembro-me dum filme horrível com a Mia Farrow, em que ela é cega e um serial killer mata os seus familiares e anda a persegui-la durante o filme todo, sem que ela consiga perceber o que se está a passar. Um horror.
Agora não durmo porque estou a pensar no que tenho de fazer no dia seguinte, fico ansiosa e o sono não vem. Como hoje. Ou porque pura e simplesmente, estou cansada e não encontro posição em que me sinta bem. Fui ao osteopata e ele explicou o que está mal.
Quando éramos pequenas, consolávamo-nos pensando em fadas - tipo Wynx - porquinhos bons, duendes sabichudos, Noddies e flores e campos...mas agora já não consigo.
Oiço a chuva a cair lá fora e o vento a atirar com as folhas de outono brutalmente pelos ares...nada poético. Troveja e ribomba. A rua deserta.
Ainda bem que estou em casa, está quentinho e tenho onde dormir.Deus é grande.