Quem dera a muita gente poder gozar desta Paz que me invade neste Domingo, após um almoço simples mas tradicional num restaurante daqui da zona com os meus dois filhos, passeio a pé a seguir pelos jardins da faculdade de Ciências - lindíssimos nesta Primavera resplandecente - e pelo Botânico, onde consegui fazer um curto vídeo que vou tentar colocar aqui daqui a dias.Quase que não se ouviam carros, hoje, as gaivotas piavam e os passarinhos - tantos - chilreavam saudando a ausência quase total de poluição e certamente, o ambiente mais saudável desta estação do ano. As árvores seculares erguiam-se
majestosamente como sempre, transportando milhares de folhinhas novas dum verde indescritível. A natureza canta a plenos pulmões nesta época do ano e só quem não quer, é que não vê este esplendor.Os portões do jardim estão abertos, não se paga nada, fica-se mais rico, mais calmo, mais feliz, depois duma experiência destas.Admiro-me ao ver os shoppings cheios em dias como este. Por acaso ontem fui ao cinema com a minha filha e estava quase vazio, apesar de ser sábado.Ainda bem. As crianças precisam de contacto com a natureza, os meus netos passaram estes dias na terra do Avô materno e certamente vêm de lá com mais amor à vida. Não há TV, não há PCs, não há tecnologias idiotas a espevitar a imaginação...há a paz dos campos, dos riachos e a grandeza das árvores que se elevam, gloriosas a cantar ALELUIA, mesmo quando o país parece querer rastejar.
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domingo, 8 de abril de 2012
sábado, 3 de dezembro de 2011
Tarde de sábado
É raro passar as tardes de sábado com os meus netos, pois são raros os momentos que eles têm para estar com os Pais e sempre achei que deveriam fazer algo em conjunto. Muitas vezes os mais velhos têm festinhas de anos ou outros eventos, vão ao cinema ou ao Palácio, recebem amigos e primos.
Hoje felizmente, tive-os só para mim até agora foi,
segundo o meu neto mais velho, maravilhoso. "Adorei Vóvó" diz tudo. Este meu neto sabe-a toda e conquista-me facilmente. O segundo também estava entusiasmado com a ideia de irmos até ao "apartamento" ( departamento de Ciencias), onde ele tem a sua "oficina", com pedrinhas, paus, trevos em tufos e agora até cogumelos. Estava intrigado como é que em poucos dias os trevos tinham inundado o chão. Mostrei-lhe a raíz e expliquei-lhe que com a chuva tudo medra.
O jardim é lindo e costumávamos ir lá apanhar pinhas para a minha lareira. Agora já não há quase pinhas nenhumas, de modo que depois duma voltinha, fomos para o Botânico,
que fica ali ao lado. Estivémos lá uma hora a apanhar pinhas, a andar sobre troncos cortados e deixados como esculturas, a subir bem alto às árvores, a jogar jogos tradicionais, a lanchar, etc.
O tempo foi passando como se estivéramos no campo.O mais pequenino delira com os paus, as pedrinhas, as árvores, é um miúdo virado para a Natureza e sente-se feliz nos espaços grandes.O mais velho de vez em quando suspirava, mas alinhava em todas as brincadeiras que organizei: correr no labirinto, jogo de lenço ( que se passou a chamar jogo do ramo), escondidinhas, apanhada, etc. Voltei aos meus tempo de criança, muitos jogos fazem parte da minha infância e, como éramos muitos, nunca havia momentos de solidão.Tirei algumas fotos diferentes do Botânico, que sempre me encanta.
Finalmente descobri o novo busto de Sophia Mello Breyner,inaugurado a 6 de Novembro dia do seu aniversário, num dos jardins, um pouco escondido e sem grande beleza. Mas, pronto está ali, a lembrar que ela existiu e por ali deixou a sua pégada de criança feliz.
Em sua homenagem, aqui fica um poema
sábado, 19 de novembro de 2011
Os áceres
É a árvore mais linda que conheço, sobretudo nesta época do ano.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Tempo de flores e de amanhãs

Continuo o pléripo da floricultura na minha zona.

No caminho para a Solinca, em que percorro uns 800 m. Há flores por todo o lado, em casas grandes que devem tar jardineiros e rega automática, jardins abandonados como o da Casa das Artes que até faz dó, com agapantos a brotar à míngua de água, cantos e recantos junto aos prédios que penso serem tratados pelos condomínios e estão maravilhosos, jardinzitos que até parecem terem sido oferecidos a alguém e adoptados à nascença.
Não resisto a partilhar as que tirei hoje convosco. Talvez vos embeleze um pouco a vista toldada por esta campanha eleitoral tão deprimente. Talvez vos alegre saber que à beira das nossas casas, a Natureza continua viva e viverá para lá das Troikas, das quezílias, da corrupção, do desalento, da pobreza e da ausência de futuro. Cada flor é uma promessa de amanhã.
FLORES
Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.
Sophia de Mello Breyner
quinta-feira, 31 de março de 2011
A Primavera voltou....
...e fui festejá-la ao Botânico, onde já não ia desde o Natal, creio eu.
Aqui vê-se bem a diferença entre as estações do ano, não há comparação possível entre os esqueletos negros que se erguem aos céus em prece em Dezembro e esta festa de verde, de luz e cor que presenciei hoje. Sempre gostei de tirar fotos a contra-luz, troncos sem qualquer folha sob o céu cinzento de chumbo. No Jardim Inglês de Munique e no Hyde Park de Leeds, a neve ou o verde da relva contrasta fortemente com as árvores negras no inverno.
Hoje o cenário é completamente diferente, como se pode ver nas fotografias que tirei há uma hora. O dia está herrlich, como diriam os alemães, glorious os ingleses. Não encontro palavras tão ricas em português
Infelizmente os jardins agora estão cheios de alunos de escolas que vêm visitar a expo Darwin. É confrangedor ver a bacoquice e comportamentos grosseiros deste jovens , em geral. Penduram-se nas fontes, , sentam-se nas árvores, quebram galhos, apanham flores e sobretudo, fazem um barulho ensurdecedor, com piadinhas secas do tipo: "Que nojo! Topa-me aquela rã, que horror!"
Não há possibilidade de manter esta gente calada e respeitadora num lugar que é lindo? Nem sequer ouvem os pássaros que chilreiam ali sem cessar. Os profs parecem alhear-se destes problemas, soltam-nos como se fossem animais e cada um faz o que quer....não é assim que se organizam visitas de estudo.
Voltei a fotografar a Casa Andersen, desta feita do lado de trás,
CLIQUEM AS FOTOS, QUE VALE A PENA!
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
From Madeira with love
É impossível não gostar desta ilha...chegámos há tres horas e já estou de novo apaixonada por tudo...pelas vistas, pelo mar azul, tão azul que até parece irreal, pelas casas antigas - das quais o hotel que escolhi é um exemplo imperdível - pelas flores que nascem nos locais mais reconditos a nossos pés, pela comida bem cozinhada e servida, as piscinas que nunca faltam em redor...enfim, privilégios de quem se pode dar a estes luxos uma vez por ano.

Há 37 anos passei aqui a minha lua-de-mel e fui feliz.
Quis voltar com os meus dois filhos para lhes mostrar o sítio, tão diferente dos hoteis típicos do Funchal. Eis aqui umas fotos que tirei, levam muito tempo a descarregar, e a que dei um jeito mais romântico. Há 37 anos não havia fotos digitais, as minhas da lua de mel são a preto e branco e estão num album a lembrar os dias felizes.
Mas hoje estou feliz...apesar de tudo há muita coisa que o tempo não apaga...
quinta-feira, 29 de julho de 2010
As férias
Era o nome dum dos livros que mais vezes li na minha infância. Da Condessa de Ségur - colecção Azul. Li-os todos de fio a pavio, várias vezes, começando pelos Desastres de Sofia,
um dos meus preferidos, tal era a minha proximidade com a heroína. Asneiras atrás de asneiras, era um pedacinho da minha vida de todos os dias.
No dia dos meus cinco anos, numa festa em que os meus Pais celebravam a ida para a casa nova e o meu aniversário simultaneamente, toda vestidinha bordado inglês branco, resolvi saltar dum canto para o outro do lago pequeno que havia no meio do relvado. Caí na água pardacenta, com peixes e cágados!!
Fiquei castanha. Nada bonito para uma menina que se preza. E fui chacota dos meus irmãos, o que ainda era pior.
Aos seis anos, já era uma peste. Um dia uma das minhas irmãs estava dentro do nosso quarto de brincadeiras que dava para o jardim e não me deixou entrar. Bati à janela e nada. Disse com ar doutoral de irmã mais velha que não se podia entrar porque tinham encerado o chão e eu, vinda do jardim, sujaria tudo. Fiquei louca de fúria, pus-me aos murros à janela e ela vingou-se. Fiz um corte no meio do braço, que por pouco não me apanhava a veia e levei sete pontos, tendo estado privada de banhos de mar durante quase todo o verão. Castigo demasiado cruel para quem era maluca pelo mar. E que deixou uma cicatriz enorme.
As férias duravam tempo demais. E passavam-se quase sempre em casa, embora tivéssemos um jardim grande e fôssemos quase todos os dias à praia
num ceremonial que começava às 9 da manhã e acabava à 1. De chapeuzinhos e bibes iguais parecíamos um colégio como aquele que dão às vezes na TV Panda e que os meus netos adoram,uma menina muito boazinha, que faz sempre tudo o que as freiras querem. Só que não havia freiras e eu era tudo menos boazinha na praia. Ficava na água até as unhas arroxearem e a minha Mãe se arreliar.
Quando cheguei aos treze anos, ajuizei. Pudera, depois de tanta perrice e asneirada, tinha de me equilibrar e de me fazer à vida. As leituras mudaram. Da Condessa e da Enyd Blyton, passei para as Berthe Bernage e transformei-me numa seráfica adolescente, sonhadora e idealista, crente num mundo encantado que estaria escondido no meio das árvores. As férias em Sintra em 1959 numa quinta que emprestaram ao meu Pai, com uma mata imensa na Correnteza, donde se via o electrico para a Praia das Maçãs,
foi o local ideal para pôr a meditação em prática e chegar ao céu. Foram férias felizes, os meus Avós ficaram connosco enquanto os meus pais faziam uma viagem aos EU e com eles, nós tínhamos plena liberdade e carinho especial.Não me lembro duma única asneira, lembro-me de escrever histórias num caderninho comprado na papelaria da Correnteza.E de ser feliz.
Porque me puz a recordar tudo isto hoje? Porque estou triste...e detesto férias! Explico porquê.
Hoje começaram as férias dos meus netos. Fui buscá-los pelas 10, fomos tomar o pequeno almoço (?) à Botânica - gelados e torradas - e depois dar um passeio pelo Botânico, conversando à sombra das árvores, lendo o nome delas, saudando os peixinhos do lago de nenúfares
que estava repleto de folhas, mas exíguo de flores. A dada altura vimos uma árvore linda,chamada Arvore Candelabro. Tinha flores vermelhas, que o mais novo se apressou a classificar: São flores, não são frutos, pois não, Vóvó?...Momentos maravilhosos, apesar do calor. Depois, em minha casa, estiveram a ver bonecos até à hora de almoço em casa onde iam dormir uma curta sesta.
Assim se acabaram as minhas férias com eles.
Partiram pelas 3 para Boston, onde os Pais vão continuar a sua investigação no MIT. Irão todos os dias para uma summer school! Estavam felizes, apesar de saberem que iriam voar durante horas. Levavam livro, o violino e o violoncelo :). Sentiam-se bem com os pais em férias e a excitação do momento. E eu triste.
Fiquei com uma lágrima ao canto do olho, mas compreendi que férias é mudança. E devem ser passadas com os Pais. Eles merecem-no.

um dos meus preferidos, tal era a minha proximidade com a heroína. Asneiras atrás de asneiras, era um pedacinho da minha vida de todos os dias.
No dia dos meus cinco anos, numa festa em que os meus Pais celebravam a ida para a casa nova e o meu aniversário simultaneamente, toda vestidinha bordado inglês branco, resolvi saltar dum canto para o outro do lago pequeno que havia no meio do relvado. Caí na água pardacenta, com peixes e cágados!!

Aos seis anos, já era uma peste. Um dia uma das minhas irmãs estava dentro do nosso quarto de brincadeiras que dava para o jardim e não me deixou entrar. Bati à janela e nada. Disse com ar doutoral de irmã mais velha que não se podia entrar porque tinham encerado o chão e eu, vinda do jardim, sujaria tudo. Fiquei louca de fúria, pus-me aos murros à janela e ela vingou-se. Fiz um corte no meio do braço, que por pouco não me apanhava a veia e levei sete pontos, tendo estado privada de banhos de mar durante quase todo o verão. Castigo demasiado cruel para quem era maluca pelo mar. E que deixou uma cicatriz enorme.
As férias duravam tempo demais. E passavam-se quase sempre em casa, embora tivéssemos um jardim grande e fôssemos quase todos os dias à praia

Quando cheguei aos treze anos, ajuizei. Pudera, depois de tanta perrice e asneirada, tinha de me equilibrar e de me fazer à vida. As leituras mudaram. Da Condessa e da Enyd Blyton, passei para as Berthe Bernage e transformei-me numa seráfica adolescente, sonhadora e idealista, crente num mundo encantado que estaria escondido no meio das árvores. As férias em Sintra em 1959 numa quinta que emprestaram ao meu Pai, com uma mata imensa na Correnteza, donde se via o electrico para a Praia das Maçãs,
Porque me puz a recordar tudo isto hoje? Porque estou triste...e detesto férias! Explico porquê.
Hoje começaram as férias dos meus netos. Fui buscá-los pelas 10, fomos tomar o pequeno almoço (?) à Botânica - gelados e torradas - e depois dar um passeio pelo Botânico, conversando à sombra das árvores, lendo o nome delas, saudando os peixinhos do lago de nenúfares

que estava repleto de folhas, mas exíguo de flores. A dada altura vimos uma árvore linda,chamada Arvore Candelabro. Tinha flores vermelhas, que o mais novo se apressou a classificar: São flores, não são frutos, pois não, Vóvó?...Momentos maravilhosos, apesar do calor. Depois, em minha casa, estiveram a ver bonecos até à hora de almoço em casa onde iam dormir uma curta sesta.
Assim se acabaram as minhas férias com eles.
Partiram pelas 3 para Boston, onde os Pais vão continuar a sua investigação no MIT. Irão todos os dias para uma summer school! Estavam felizes, apesar de saberem que iriam voar durante horas. Levavam livro, o violino e o violoncelo :). Sentiam-se bem com os pais em férias e a excitação do momento. E eu triste.

Fiquei com uma lágrima ao canto do olho, mas compreendi que férias é mudança. E devem ser passadas com os Pais. Eles merecem-no.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
S, João no Algarve -Flores, flores, flores e memórias da infancia

É uma das imagens de marca da Luz: flores por todo o lado, quase se diria que estávamos na Madeira.Tudo aqui medra, tenha água e algum adubo.Há sol q.b. Todos os jardins têm flores e junto ao mar , elas parecem dar-se bem.
As que se vêem na colagem têm todas memórias da minha infância.Havia dois grandes arbustos de lantana, com cheiro intenso,no nosso jardim, mas nós detestávamo-la porque as bolas de jogar ao mata caíam lá dentro e nunca mais se encontravam...muitas bolas se perderam assim. A cevadilha servia para brincarmos ao mercado, pendurávamos folhas em arames ou cordeis numa cana e íamos vender as pessoas da casa como se fosse peixe fresquinho...a buganvília e os agapantos eram a coqueluche do meu Pai. Orgulhava-se da buganvília vermelha que por aqui subia até ao quarto deles...mas a minha mãe não gostava nada , dizia que entravam bichos pelas janelas...os agapantos cresciam em todo o lado...quanto aos hibiscos, havia um arbusto lindo aqui no jardim e teve de ser cortado quando se alargou a janela, pois tirava a vista do mar. Ainda hoje tenho saudades daquelas flores, que só duram um dia, mas são lindas enquanto duram.
Ontem fiz esta colagem para oferecer a um amigo meu que adora flores...fica aqui para festejar o dia de S. João - grande festa do Porto - a que não assisto pela primera vez após trinta anos de estadia nessa cidade.
Continuo com insónias, são 7 da manhã e ainda não preguei olho. O mar mudou, há ondas grandinhas que vêm rebentar com estrondo na prainha. Talvez por isso uma certa inquietação.
Mas tenho de voltar para a cama...senão como vai ser amanhã?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Ainda o Outono

Esta tarde fui de autocarro para o meu atelier. No caminho a pé, reparei nalgumas árvores já meio despidas e noutras ainda a viver em pleno outono.Tirei umas fotos. Um contraste lindíssimo no dia esplendoroso de sol que esteve. Dentro do autocarro, ao passar na Rotunda da Boavista,







Tudo isto num raio de 500m. A não perder nesta altura do ano.
Graças à minha mini-digital Canon Ixus. Do autocarro. Para mais tarde recordar.
( Cliquem nelas que vale a pena)
Um poema que exprime o que sinto pelas árvores.E uma pintura das primeiras que fiz.
Uma fila de árvores caminha pela minha rua
Uma fila de árvores caminha pela minha rua
em direcção ao Norte.
As árvores caminham lentamente, com o rosto
levantado, arrogantes ou tristes, com essa lentidão do
equilibrista sobre um campo de minas.
Pudessem ser amigos que fugiram da morte,
pois a morte tem apego ao Sul.
Pudessem ser uma fila de homens sem casa nem
família com a convicção do soldado que
avança para a derrota.
Mas são apenas árvores, altas, de folha perene, cujos passos
impassíveis nunca perdem o ritmo,
uma fila que o vento não dissolve nem extingue.

Eu não quero saber que dor as sujeita, nem que
mão imprudente as animou a crescer.
Apenas as observo passar, dia após dia, passar desde
a infância, desde o primeiro amor.
Quereria perguntar-lhes os nomes, mas calo-me.
Quereria que a noite chegasse e as cobrisse:
Que inclinassem apenas a cabeça ao morrer.
Jesus Urceloy
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