domingo, 4 de outubro de 2009
Domingo de Outono
Um belo Domingo, com sol - embora um pouco envergonhado - temperatura quente quase tropical, Foz cheia de poovo nacional e estrangeiro ( será por causa da Ryanair que há muitos mais alemães no Porto?), o "meu" café dos Ingleses com a mesa do canto junto à praia livre e as deck-chairs vazias para a sesta depois do "prandium" ( almoço). O que é que se pode querer mais?
O mar está bravio, maré cheia, a embater contra aquele rochedo que tem mais histórias para contar que a minha Avó ( teria), ali em frente à varanda, pronto a deixar-se chicotear pelas ondas e a permitir que a rebentação brilhe em repuxo contra-luz. Um espectáculo, a 15m de autocarro da minha porta. Não esperámos - eu e a Luisa - mais do que 2 minutos pelo dito cujo e lá fomos pelas 13horas, juntamente com idosos que aproveitam o domingo para passear de transportes públicos, já que não têm carro nem saúde para andar a pé. Conhecem-se todos, falam uns com os outros ( de doenças, claro), não há discussões, nem pressas...é domingo.
Na praia uma dúzia de malucos alemães tomam banho de mar em cuecas - boxers talvez - radiantes com a proeza e com os mirones que os olham com espanto da varanda do café. O sol escalda por entre as nuvens e a água deve estar gelada, mas os efeitos energéticos devem ser elevados, pois dão direito a grandes canecas de cerveja no rescaldo da festa. Falam alto, gesticulam e pensam: Isto é que é vida e esta gentinha sempre a protestar contra tudo e todos....têm um clima que é uma dádiva de Deus!"
Oiço alguma música no meu Ipod para calar a "salsa" que vem pelos altifalantes: Agnus Dei de Bach, Chaconne da partita para violino de Bach-Buisoni, tocada pelo grande-pequeno Eygen Kissin. Evasão total...e o estrondo das ondas em pano de fundo.
Para terminar um chá de canela e maçã com scones, tudo muito bem feito e barato. O café tem mudado de mãos , mas continua acessível e oferece uma localização privilegiada. Como podem ver pelas fotos, parece que se está na amurada dum navio e a boca fica cheia de sal...
Após mais um passeio de autocarro para casa, ainda passo sozinha pelo Jardim Botânico, que vai fechar dentro de meia hora, para visitar os nenúfares e as rosas, abertas e oferecidas aos poucos que por lá passeiam.
Ofereço estas flores aos leitores deste blogue, que fielmente têm acompanhado a minha vida quotidiana. Bem hajam!