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sábado, 18 de fevereiro de 2012

O carnaval

Dantes o Carnaval era animado. Na minha casa, divertíamo-nos imenso pois , sendo muitos, dava para fazermos brincadeiras juntos. Nunca me lembro de partidas sem graça, do tipo atirar ovos para a cabeça das pessoas ou pôr açúcar nos lençóis...as nossas brincadeiras eram mais mascararmo-nos ou pregarmos sustos uns aos outros.

Uma vez usámos um busto de bronze do meu Pai que havia lá em casa e do qual ninguém gostava e mascarámo-lo com bigode, chapéu fato e gravata. Pusémo-lo no escritório para pregar um susto ao nosso Primo, que viera de Goa, tinha mais catorze anos do que eu e estava a especializar-se em Pediatria. Já não me lembro do sururu que aquilo causou, mas sei que nos divertimos à brava.

Também adorávamos as serpentinas. Atirávamos muitas da varanda de cima da casa e as outras manas apanhavam no jardim , prendendo-as aos caules. Ficavam ali tremendo com o vento, multicolores, num efeito de arco-iris até se partirem e acabarem no lixo. O meu Pai não gostava nada de ver os restos pelo chão, de modo que se limpavam, mal acabava a brincadeira.

Com serpentinas também fazíamos rolos multicolores e passávamos horas a construir coisas várias, colando e cortando. Sempre adorei trabalhar com as mãos e as serpentinas coloridas eram material
extremamente aliciante e barato. A minha Mãe detestava os papelinhos, mas todos os anos acabavam por aparecer e encher tudo de bolinhas multicolores.

Tínhamos sempre festas de Carnaval na adolescência, tanto mais que uma das minhas irmãs fazia anos a 21 de Fevereiro, o que vinha mesmo a calhar. Muito dancei, poucas vezes me mascarei. Lembro-me duma festa em que a meio,resolvi mascarar-me de arlequim com a cumplicidade da minha amiga que dava a festa e surpreendi o meu namorado da altura, que não me reconheceu. Teve mesmo graça.

Mais tarde só voltei a ligar ao Carnaval quando os miúdos eram pequenos e nessa altura detestava aquela cerimónia de ter de mascarar os meninos para irem para o Colégio. Recorri por vezes ao vestuário de teatro da minha Escola, pois não tinha dinheiro para comprar roupas e eles não queriam ir mal vestidos. Lembro-me do meu filho mais velho mascarado de Padre com sotaina e chapéu redondo, do mais novo vestido de Mozart
com uma longa cabeleira dourada que comprara no Bazar de Paris e da minha filha ir de Abelha Maia ou de Coelho. Tudo isso dava uma trabalheira:))
O melhor Carnaval da minha vida passei-o em Veneza com o meu filho mais velho, antes de ele se casar. Levou-me lá como surpresa e chegámos em plena 2ª feira sem hotel marcado e sem muito dinheiro. A experiência foi única.


Hoje já não acho graça nenhuma a esta festa. Compreendo as autarquias que atraem gente - mas tb gastam balúrdios - com os seus corsos e graçolas políticas, mas não saio de casa, nem sequer para ir à Foz. Aborrece-me estar com gente.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A magia do lar :)

Hoje cheguei a uma triste conclusão: passamos a vida a desarrumar...tiramos tudo dos sítios, nunca arrumamos nada bem, enfiamos as toalhas junto com os toalhões, casacos com camisas, camisolas de verão com as de inverno, livros com discos, medicamentos com artigos de toilete, pinceis com colheres de pau...etc.etc,etc.
Falo por mim,  claro está, pois mesmo depois de me aposentar, tenho uma tendência para a trapalhice, não gosto duma casa super arrumadinha, daquelas que parecem de revista, onde não há um grama de pó, nem um livro fora do sítio. Nem consigo perceber como é que certas pessoas conseguem.
A minha casa está sempre desarrumada, os meus filhos são descuidados por natureza, habituaram-se a ir para a escola as 8 e a voltar as 6, muitas vezes ainda com deveres do colégio alemão por fazer. Nunca se preocuparam por ter as coisas espalhadas pelos quartos, livros, CDs, roupa, cadernos, etc. pelas mesas, estantes ou cadeiras. De vez em quando a empregada arrumava, mas na maioria dos casos, deixava na mesma, até que um dia me dava uma fúria depressiva de "fada do lar" e arrumava eu tudo.
Ainda agora isso acontece. Quando os meus filhos estiveram fora, os quartos estavam impecáveis, cheios de livros e DVDs ou bibelots, mas com a roupa  sempre no seu sítio. Há dois meses, tudo voltou à estaca zero, a minha filha parece que não conhece a palavra cabide ou gaveta... e o meu filho, que é mais arrumado, muda de roupa três vezes ao dia, o que equivale a roupa espalhada pelo quarto todos os dias. Raramente "puxam as orelhas" à cama, os edredons ficam atirados, pois à noite vão ter de os usar outra vez, para quê puxá-los, alisá-los e esticá-los? A empregada só vem uma vez por semana e nesses dias tem muito que fazer, não pode estar a arrumar...nem o sabe fazer.
Só o meu quarto está arrumado e mesmo assim tem coisas a mais, devia deitar fora frascos e bibelots que só se enchem de pó, mas alguns vieram de casa dos meus pais, outros foram-me oferecidos, faz-me pena deitá-los fora.
Ainda hoje, quando resolvi arrumar os armários de roupa da casa de alto a baixo, encontrei uma toalhinha feita pela minha Mãe já ela tinha uns 70 anos, mas que revela uma capacidade visual notável. É bordada a ponto de cruz miúdo, como se pode ver na foto. Pu-la na sala, em móvel de destaque, por baixo dum quadro meu para me recordar da sua dedicação e gosto. Também eu bordei muitas toalhas, que comprava em Munique já com o desenho marcado e oferecia as minhas sobrinhas, e fiz outras em crochet, que estão agora arrumadas e não servem para nada.

A minha vida social é nula, raro é ter visitas ou chás...ou jantares, como planeava ao separar-me do meu marido. Em poucos anos, perdi qualquer desejo de receber pessoas em minha casa- nunca tive muito - e quando há festas de família, vamos sempre a casa do meu filho por razões compreensíveis. Assim sendo, a minha mesa de cozinha passou a ser mesa de pintura e a da sala de jantar mesa de trabalho! Os meus netos vão sempre as 8 para a cama, nem dá para os convidar a jantar cá! Bem gostava por vezes de os ter mais tempo, mas eles estão habituados àquela rotina...
O meu filho mais novo hoje resolveu encher sete sacos do lixo com papelada - depois de grande insistência minha - e agora está a dormir o repouso do guerreiro, como se tivesse estado numa batalha campal. :). Em breve toda a mobília dele vai para o seu apartamento e ficarei então com um quarto vazio para desarrumar à vontade:).
Ai quadros, pinceis, frascos, bisnagas, papeis, tesouras, telas, cavaletes, caixas....ireis ter um quarto só para vós, vai ser uma alegria, um atelier caseiro, que nunca tive e bem preciso!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Passagem dos anos


Contando bem todas as passagens de ano de que me lembro não chegam aos dedos duma mão as vezes que saí ou fui a uma festa social. 98% das vezes fiquei em casa, limitando-me a beber uma taça de champagne e a comer bolo-rei ou outro doce qualquer com o meu ex- e /ou os meus filhos. Nunca passei o ano sozinha, graças a Deus.
Quando era adolescente, o meu Pai gostava de ir connosco ao cinema Restelo antes da meia noite. Vi com ele A Volta ao Mundo em 80 Dias numa dessas noites. O filme encantou-me e vi-o mais de duas vezes.Depois do filme, vínhamos para casa a tempo de festejar com a minha Mãe a passagem de mais um ano.
Quando namorava, fui a uma festa a casa de amigos, mas lembro-me que tivémos um discussão qualquer, o meu ex- e eu e ficámos amuados no resto do serão!:) Também me lembro duma festa, em que os amigos de meus Pais e seus filhos vieram a nossa casa e dançámos o "surf" que estava na moda. A minha maior amiga, nessa altura, era a Helena Salema, hoje Roseta, figura pública conhecida. Foi ela que me ensinou a dançar essa modalidade na sala de jantar da nossa casa. Fomos maiores amigas no liceu e depois, durante anos, até ela se casar e eu sair de Lisboa. Hoje nem sei se ela se lembra de mim, a vida dá muitas voltas...

Aqui no Porto só uma vez saí com a minha filha para ver o fogo de artifício na Câmara. Ela estava mortinha por sair. Apanhámos o metro e saímos na Trindade. Só me lembro de ficar a cheirar a champagne pois abriram garrafas e o champagne esparrinhou para cima de nós, sem nós querermos. Pensei que estava na Time Square de NY!!
Em geral, vejo algum programa de TV daqueles pimbas e populares, fico embasbacada a ver como os outros se divertem...cada um tem os seus gostos. Nunca me senti realizada por fazer figura de parva no meio de muita gente. Pode parecer arrogância, mas é mesmo o que sinto.
Amanhã vou ver a Final de A Casa dos Segredos na TVI. Digo isto com toda a calma. É um programa que me fascina, como me fascinaram alguns reality shows anteriores. Tenho Amigos ( que conheço pessoalmente) dessa altura e que conheci no forum, onde a nossa fantasia e até loucura tinha espaço para voar.Houve alturas em que me viciei nesses programas, sentia-me atraída pelo comportamento dos concorrentes e pelas atitudes que tomavam. Também gostava das Galas e de tomar partido por um ou outro. Andava deprimida e ali animava-me.
Nunca percebi porque é que as pessoas têm receio de dizer que vêem estes programas.Tive algumas discussões com professores, que os detestavam. Mas com os meus alunos, falei muitas vezes sobre eles ( em Inglês) e via que o assunto era motivador.
Amanhã será mais do mesmo. Mas estou divertida e isso é que me importa.

CHEERS!

sábado, 3 de abril de 2010

ALELUIA!

Hoje é dia de alegria, depois da tempestade vem a bonança. Está um dia lindo aqui no Porto, com sol radioso e toda a Natureza a despertar das agruras do inverno.

Na Igreja celebra-se a Páscoa da Ressurreição. Os cristão preparam-se para a grande Festa da Ressureição de Cristo.
Sempre achei que era o grande momento da Igreja e do Culto durante o ano litúrgico.

Lembro-me de missas nos Jerónimos, a minha Igreja paroquial, quando era adolescente e mesmo já nos vintes, cantando no coro lá atrás, muito em cima, donde se disfrutava a visão da igreja em pleno. Era emocionante cantar o Halleluja de Handel nessas missas. O Alelluia era cantado em português, numa tradução bem conseguida. Quando os sopranos chegavam ao momento mais difícil: Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, tínhamos de respirar fundo para conseguir aguentar o tom alto dos últimos acordes, antes de começar a descer. Os tenores acompanhavam-nos também nessa escalada coral.

Saudades....era a vivência católica da melhor forma, participando.

Aqui fica o Halleluja. BOA PÁSCOA!. Nesta versão, as cores dos acordes dançam em movimento:))

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ainda o Natal



Floresta azul - acrílico s/tela - Novembro 2009


Já acabou o Natal, mas a tarefa das prendas continua...a família é enorme, portanto, só se trocam prendas a 9 de Janeiro, quando conseguimos reunir-nos todos num hotel em Coimbra. Parte da família segue de Lisboa, a minha vai do Norte e a restante vive em Coimbra, de modo que não tem de se deslocar muito e oferece casa a quem quiser pernoitar.
É engraçado encontrarmo-nos todos num dia, numa sala que nada nos diz, a não ser pelo facto de já ter sido palco de mais almoços como este e de ter as mesas postas com gosto para que todos possamos estar juntos.
Ao todo são 28 crianças da 3ª geraçao ( não confundir com os telemóveis....estes são mais versáteis e variados), 21 da 2ª geração, já mais aburguesados (!!) dos 6 aos 43 anos e por fim os "velhinhos" da 1ª geração serão uns dez, já todos acima dos 50, mas still alive and kicking ( ainda que a artrose já nos apoquente!!). Pena não termos já ninguém da 1ª geração - os nossos pais - embora eles estejam bem vivos no nosso coração e não haja dia em que não nos lembremos deles.
Nestes dias, deixamos as coisas um pouco ao improviso, se calhar, faremos um pequeno interlúdio com música, cantorias, teatrinhos, concursos ou prendas surpresa!! Mas nada vai muito preparado e nem sempre é possível com tantos meninos organizar as actividades. O que interessa é estarmos juntos.
Há pessoas da família que só vejo neste dia do ano, mas o tempo passa tão depressa, a net liga-nos a todos por meio dum blogue familiar e outros individuais, vamos sabendo as notícias quase em cima da hora. Todos os anos nascem novos membros, o último foi um rapazinho, há uns 15 dias...um Menino Jesus, que vai fazer as nossas delícias desta vez.

É impossível comprar prendas para todos, muito menos fazê-las, de modo que, este ano, resolvi dar vários dos meus quadros - muitos deles já feitos há mais de um ano - para que fiquem na família. No ano passado fiz um calendário com doze pinturas minhas e foi uma surpresa porque muitos deles nem sabiam que eu pintava. Vou dar sobretudo os que gosto mais e tb aqueles que eles mais apreciam.

Entretanto fui-os retocando e aperfeiçoando - vantagem do acrílico, pode-se sempre pintar por cima ou desmanchar o que se fez.

É bom continuar o Natal durante mais uns dias...

sábado, 26 de dezembro de 2009




No rescaldo das Festas, sinto sempre depressão. Acho que é desejar demais e chegar à conclusão de que a Vida poderia ser diferente, se houvesse mais senso, mais liberdade, mais respeito, mais acreditar, mais sinceridade, mais paixão, mais tudo...

Vai aqui uma pintura minha que espelha a minha ansiedade hoje. E um poema de Alberto Caeiro a finalizar.


Querem uma Luz Melhor que a do Sol!

AH! QUEREM uma luz melhor que
a do Sol!
Querem prados mais verdes do que estes!
Querem flores mais belas do que estas
que vejo!
A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me.
Mas, se acaso me descontentam,
O que quero é um sol mais sol
que o Sol,
O que quero é prados mais prados
que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores
que estas flores -
Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"