Dantes o Carnaval era animado. Na minha casa, divertíamo-nos imenso pois , sendo muitos, dava para fazermos brincadeiras juntos. Nunca me lembro de partidas sem graça, do tipo atirar ovos para a cabeça das pessoas ou pôr açúcar nos lençóis...as nossas brincadeiras eram mais mascararmo-nos ou pregarmos sustos uns aos outros.
Uma vez usámos um busto de bronze do meu Pai que havia lá em casa e do qual ninguém gostava e mascarámo-lo com bigode, chapéu fato e gravata. Pusémo-lo no escritório para pregar um susto ao nosso Primo, que viera de Goa, tinha mais catorze anos do que eu e estava a especializar-se em Pediatria. Já não me lembro do sururu que aquilo causou, mas sei que nos divertimos à brava.
Também adorávamos as serpentinas. Atirávamos muitas da varanda de cima da casa e as outras manas apanhavam no jardim , prendendo-as aos caules. Ficavam ali tremendo com o vento, multicolores, num efeito de arco-iris até se partirem e acabarem no lixo. O meu Pai não gostava nada de ver os restos pelo chão, de modo que se limpavam, mal acabava a brincadeira.
Com serpentinas também fazíamos rolos multicolores e passávamos horas a construir coisas várias, colando e cortando. Sempre adorei trabalhar com as mãos e as serpentinas coloridas eram material extremamente aliciante e barato. A minha Mãe detestava os papelinhos, mas todos os anos acabavam por aparecer e encher tudo de bolinhas multicolores.
Tínhamos sempre festas de Carnaval na adolescência, tanto mais que uma das minhas irmãs fazia anos a 21 de Fevereiro, o que vinha mesmo a calhar. Muito dancei, poucas vezes me mascarei. Lembro-me duma festa em que a meio,resolvi mascarar-me de arlequim com a cumplicidade da minha amiga que dava a festa e surpreendi o meu namorado da altura, que não me reconheceu. Teve mesmo graça.
Mais tarde só voltei a ligar ao Carnaval quando os miúdos eram pequenos e nessa altura detestava aquela cerimónia de ter de mascarar os meninos para irem para o Colégio. Recorri por vezes ao vestuário de teatro da minha Escola, pois não tinha dinheiro para comprar roupas e eles não queriam ir mal vestidos. Lembro-me do meu filho mais velho mascarado de Padre com sotaina e chapéu redondo, do mais novo vestido de Mozart com uma longa cabeleira dourada que comprara no Bazar de Paris e da minha filha ir de Abelha Maia ou de Coelho. Tudo isso dava uma trabalheira:))
O melhor Carnaval da minha vida passei-o em Veneza com o meu filho mais velho, antes de ele se casar. Levou-me lá como surpresa e chegámos em plena 2ª feira sem hotel marcado e sem muito dinheiro. A experiência foi única.
Hoje já não acho graça nenhuma a esta festa. Compreendo as autarquias que atraem gente - mas tb gastam balúrdios - com os seus corsos e graçolas políticas, mas não saio de casa, nem sequer para ir à Foz. Aborrece-me estar com gente.
Mostrar mensagens com a etiqueta Carnaval. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Carnaval. Mostrar todas as mensagens
sábado, 18 de fevereiro de 2012
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Carnaval em Veneza

Há precisamente 10 anos, passei o Carnaval em Veneza.
Foi uma experiência surpreendente, pois era suposto passar 4 dias com o meu filho - que se ia casar em Setembro - no Allgäu, reino da neve e dos Alpes, do Neuschwannstein e do sonho branco. Fomos para lá, nevava copiosamente, a paisagem era deslumbrante, ficámos num motelzinho muito acolhedor à beira dum lago rodeado de montanhas.
No dia seguinte, o meu filho, que não pára quieto, disse-me: "Vamos viajar, mas não lhe digo para onde, confie em mim". Eu confiei... e fui parar a Veneza, em plena 2ª feira de Carnaval, sem hotel marcado e com regresso no dia seguinte no comboio da noite. Uma aventura que não esperava aos 53, mas que me soube tão bem!

Vão aqui algumas fotos de Veneza. Foram scaneadas pois ainda não havia máquinas digitais e tirei-as com a minha Olympus, ou Canon, já não sei bem. Tinha muitas mais com máscaras incríveis, mas infelizmente perderam-se, só tenho as prints e levaria muito tempo a scaneá-las agora outra vez.
Ficaram muito bonitas porque Veneza é uma joia, quase irreal.




A dança ( dedicado à minha amiga Catarina)

Em tempo de Carnaval, a única coisa que me atrai verdadeiramente e muito mais que as máscaras, corsos e outros eventos, é a dança, a possibilidade de as pessoas dançarem em qualquer lugar - sambarem em liberdade, mesmo semi-nuas, alegres, felizes, deixando para trás as suas desgraças e infortúnios. Fico espantada com os brasileiros que anos após anos, surgem sempre nos nossos ecrans, cheios de garra e folia, como se o mundo acabasse amanhã. É uma postura que alio à dança, sem regras, aquela que gosto mais. Nada de clássico, de sapatinhos de ballet ou, tutus enfileirados. Gosto de roupa leve, diáfana, esvoaçando pelos ares, ao som do ritmo e da melodia.
Hoje ao procurar o meu blogue no google, encontrei duas fotos com cor e movimento, assim apelidadas pela autora,Helena Duarte, num site português de fotografia, que muito aprecio, embora a ele não me tenha associado por fidelidade ao Woophy. Vão aqui as duas dedicadas à minha amiga Catarina, que tanto ama esta forma de expressão corporal.

domingo, 23 de agosto de 2009
Veneza





Estive há dez anos em Veneza. No Carnaval. Foi uma surpresa. Tencionava passar três dias no Allgäu - Alpes - com o meu filho e acabei na bela cidade do Adriático. Proposta dele. Apanhámos o comboio em Innsbruck depois dum passeio de camioneta por campos e campos repletos de neve. No comboio, conversámos e vimos lentamente como a paisagem se transformava, a neve dava lugar aos campos verdejantes, a luz branca passava a doirada. Chegámos a Veneza pelas 5 e tal, ainda deu para ver o pôr do sol.
Era 2ª feira de Carnaval e já havia muitos indícios de festa. Não tínhamos marcado hotel, mas arranjámos um perto da Praça de S. Marcos, bastante caro e pobrezinho. Tinha de ser e era só uma noite. E que noite....jantar num barco flutuante, ver os malabarismos na Praça, passear por entre os mascarados, as damas e os nobres, duques e pintores. Andar de barco no canal.
Foram 24 horas maravilhosas. Na 3ª ainda fomos ao Lido e à ilha onde fica a Igreja de Santa Maria Maggiore.
Voltámos no comboio da noite de 3ª para Munique porque o meu filho trabalhava no dia seguinte. Foi uma noite em vagão-lit, com dois emigrantes polacos que não primavam pela limpeza. :)
Eis aqui umas fotos que digitalizei. Não couberam todas as que queria. Cliquem para ver bem, que elas merecem. Foram tiradas ainda com a minha Canon EOS 50, das antigas, com teleobjectivas que permitiam abranger distãncias enormes.Para recordar no futuro.
Subscrever:
Mensagens (Atom)