Hoje sonhei com um lugar magnífico e pela primeira vez, desde há muito, eu era feliz no sonho...estava acompanhada, não me lembro de pormenores, mas sentia-me calma e em paz.Nos sonhos é raro sentir-me assim, encontro-me sempre em situações difíceis com pessoas da minha família ou da escola, que me exigem algo que não consigo dar. Acordo sempre com alívio por saber que nada daquilo é real e que , estando sozinha, nada me pode acontecer e ninguém me pode exigir nada...Freud teria certamente uma resposta para isto.
Hoje à hora de almoço estive na varanda ao sol...
ouvi música e olhei em volta o arvoredo nu, contra o céu tão azul que até parece de porcelana. Não ouvi o telemóvel, o meu filho mais novo queria ir almoçar comigo, mas quando dei por ela, já ele estava em sua casa e queria trabalhar...:(
Fiquei triste e resolvi ler poesia. Ontem li praticamente um romance inteiro. Comecei a lê-lo por curiosidade e depois interessou-me saber mais, acabei por lê-lo de fio a pavio, o que me não acontecia há meses, desde que li o Na kontra Ka kontra de Fernando Gouveia ou o Jesusalém de Mia Couto. O romance que li ontem está mal escrito e é demasiado leve, mas acabou por me interessar por se passar nas décadas em que mais vivi a Vida - 60 e 70 - e descrever episódios da sociedade de então que bem conheci. É de Julio Magalhães, o da TVI e chama-se Um Amorem Tempo de Guerra ( nome duma série inglesa que era fantástica). Acaba bem e deixa uma sensação de feel good que talvez me tenha animado, daí ter sonhado com algo tão belo.
Hoje encontrei um site só com poesia de Sophia.É um livro electrónico.
Registando-nos no site temos acesso a mais e-books. Nunca tinha experimentado nada no género e achei fantástico com uma pintura muito sugestiva.
Destaco um poema dela que me diz bastante, embora já não sinta esta angústia há muito:
CIDADE
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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domingo, 19 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A calheta....ou praínha....
Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas. Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, na juventude com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas, olhando o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.
É um local mágico na minha vida, que ainda não pintara...
No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se, então, numa piscina de água salgada, que permitia saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos grangeavam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça (?) nos meus belos tempos. Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.
O meu neto que já é do seculo XXI, dizia este ano: Vovó , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, muito longe....nunca nos locais que nós amamos.
A prainha é o meu sonho acordada quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às pedras rugosas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...
Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens e velhos da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma memória, uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão... mas as pedras ficam.
Um vídeo feito em Junho...que deveria nunca acabar...
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
65000 visitantes

Não vou embora sem vos agradecer estes algarismos tão carregados de simbolismo para mim, uma simples blogger sem pretensões, que um dia resolveu seguir os conselhos dum irmão e dum sobrinho e tentar a aventura bloguista. Qualquer deles já deixou os seus blogues- com pena minha - devido a afazeres e vidas para lá dos blogues. Estão no Facebook, no Expresso, no exercício da sua profissão e entregues às suas famílias. Fazem bem....
Como vos disse da vez passada, este blogue deixará de existir quando não houver leitores, nem pessoas interessadas no que aqui se escreve...ou se por qualquer razão eu achar que há outras vidas para lá deste espaço. Para já, gosto de aqui vir e de escrever o que passa pela minha cabeça durante alguns minutos das 24 horas que fazem o dia.
A minha Mãe escrevia muito, em bloquinhos que guardava e infelizmente desapareceram sem deixar rasto. O meu Avô tinha uns diários que ainda hoje fazem as delícias de quem os Lê, tal era o seu sentido de humor, imaginação e sentido crítico.
Pode ser que os meus netos leiam estas páginas e fiquem a conhecer melhor a sua Avó. Até lá aqui estarei com as minhas cogitações, os meus hobbies, as minhas fotos, os meus delírios e sonhos...
Música antiga e muito bela para festejar:FOLIAS CRIOLLAS - JORDI SAVALL - HESPÈRION XXI
sábado, 13 de novembro de 2010
50.000 visitas
Grande prenda no dia dos anos do meu filho.
Que dizer?
Que vos agradeço de alma e coração. Tive companhia, a vossa, nos momentos em que a solidão invade este espaço que é a minha sala. Tive respostas para algumas das minhas interrogações. Tive o ensejo de partilhar alegrias e desgostos, memórias e sonhos, desabafos e esperanças. Também vos quis mostrar alguns dos meus trabalhos fotográficos e pictóricos porque quando se cria é sempre bom receber feedback. Se for um aplauso ainda melhor.
OBRIGADA aos visitantes que conheço e aos que desconheço. Para todos a promessa de que não desaparecerei dum momento para o outro.
E para acabar, um pensamento escrito por um cientista:Einstein.
Há duas formas de viver a vida:
Uma é acreditar que não existem milagres.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Que dizer?
Que vos agradeço de alma e coração. Tive companhia, a vossa, nos momentos em que a solidão invade este espaço que é a minha sala. Tive respostas para algumas das minhas interrogações. Tive o ensejo de partilhar alegrias e desgostos, memórias e sonhos, desabafos e esperanças. Também vos quis mostrar alguns dos meus trabalhos fotográficos e pictóricos porque quando se cria é sempre bom receber feedback. Se for um aplauso ainda melhor.
OBRIGADA aos visitantes que conheço e aos que desconheço. Para todos a promessa de que não desaparecerei dum momento para o outro.
E para acabar, um pensamento escrito por um cientista:Einstein.
Há duas formas de viver a vida:
Uma é acreditar que não existem milagres.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Hoje
Faz o meu filho mais novo 30 anos.
É só mais um dia do calendário, mas para mim significa muito mais do que isso. É um envelhecer maior, é o fim duma etapa, é o realizar duma tarefa iniciada quando tive o meu primeiro rebento. Ter filhos é a missão mais difícil que se pode exercer por vontade própria, por que se quer muito, porque nos enche, porque a vida parece não ter significado sem esse desafio. Educar é uma tarefa inacabada e nunca totalmente conseguida.
É claro que se pode viver sem filhos e realizar muitas tarefas nobres, não estou aqui a desmerecer as mulheres que decidem não os ter ou não os podem ter. Estão no seu direito.
Mas ter filhos é uma enorme responsabilidade. Ao olhar para os meus, custa-me a acreditar que já se passaram tantos anos e que tanto da minha vida teve a ver com eles e com a busca da sua felicidade. Ainda não acabou, não acabará nunca, mas completar trinta anos pressupôe a entrada numa fase ainda mais adulta, em que as mães já não são tão necessárias e devem mesmo afastar-se.
O que tenho em mente é viver a minha vida, cada vez mais independente de cada um dos meus filhos, para que eles possam respirar, voar, ser livres.
Não é, afinal, para isso que os educamos?
Fica aqui uma das canções preferidas do meu filho:
É só mais um dia do calendário, mas para mim significa muito mais do que isso. É um envelhecer maior, é o fim duma etapa, é o realizar duma tarefa iniciada quando tive o meu primeiro rebento. Ter filhos é a missão mais difícil que se pode exercer por vontade própria, por que se quer muito, porque nos enche, porque a vida parece não ter significado sem esse desafio. Educar é uma tarefa inacabada e nunca totalmente conseguida.
É claro que se pode viver sem filhos e realizar muitas tarefas nobres, não estou aqui a desmerecer as mulheres que decidem não os ter ou não os podem ter. Estão no seu direito.
Mas ter filhos é uma enorme responsabilidade. Ao olhar para os meus, custa-me a acreditar que já se passaram tantos anos e que tanto da minha vida teve a ver com eles e com a busca da sua felicidade. Ainda não acabou, não acabará nunca, mas completar trinta anos pressupôe a entrada numa fase ainda mais adulta, em que as mães já não são tão necessárias e devem mesmo afastar-se.
O que tenho em mente é viver a minha vida, cada vez mais independente de cada um dos meus filhos, para que eles possam respirar, voar, ser livres.
Não é, afinal, para isso que os educamos?
Fica aqui uma das canções preferidas do meu filho:
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
1 de Janeiro de 2010
É uma data redonda....que soa bem. Oxalá a vida dos biliões de humanos que vivem no nosso planeta seja mais compatível com as suas necessidades, os seus sonhos e desejos

Música para reflectir e fazer planos para o ano que vem. Uma pintura de Andreas Hessman, cujas cores reflectem a beleza da música: "I dreamed a dream " da peça musical " Les Miserables", cantada numa voz quase celestial.
[FANTINE]
I dreamed a dream in time gone by
When hope was high
And life worth living
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving
Then I was young and unafraid
And dreams were made and used and wasted
There was no ransom to be paid
No song unsung, no wine untasted
But the tigers come at night
With their voices soft as thunder
As they tear your hope apart
And they turn your dream to shame
He slept a summer by my side
He filled my days with endless wonder
He took my childhood in his stride
But he was gone when autumn came
And still I dream he'll come to me
That we will live the years together
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather
I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream I dreamed.

Música para reflectir e fazer planos para o ano que vem. Uma pintura de Andreas Hessman, cujas cores reflectem a beleza da música: "I dreamed a dream " da peça musical " Les Miserables", cantada numa voz quase celestial.
[FANTINE]
I dreamed a dream in time gone by
When hope was high
And life worth living
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving
Then I was young and unafraid
And dreams were made and used and wasted
There was no ransom to be paid
No song unsung, no wine untasted
But the tigers come at night
With their voices soft as thunder
As they tear your hope apart
And they turn your dream to shame
He slept a summer by my side
He filled my days with endless wonder
He took my childhood in his stride
But he was gone when autumn came
And still I dream he'll come to me
That we will live the years together
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather
I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream I dreamed.
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