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terça-feira, 25 de outubro de 2011

SAUDADE

Tenho a cabeça confusa, cheia de música, cor, recordações, imagens inolvidáveis que o meu portfolio de fotos veio reavivar. Olho para elas, retoco-as, vivo-as de novo. Não consigo escrever. Apenas sentir.


Coloco aqui algumas fotos e um vídeo de Toquinho e Vinicius e outro de Chico Buarte, que me comovem e trazem a lágrima ao olho...
















Um HINO ao BRASIL!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Maré de inspiração e saudade



Gosto deste termo "maré"...que se usa mais para maré de azar ou de sorte do que para outros estados de alma...
A verdade é que , talvez porque no sábado vôo daqui para outro lado, em férias, tenho sentido uma enorme liberdade nestes dias, assim como um enorme desejo de expressar alguma coisa através dos pincéis, das mãos ou mesmo das teclas.

No dia 8, teria feito a minha Mãe anos e nada escrevi sobre isso. Já faleceu há quase dez anos e embora nunca me tenha recomposto completamente - pois ela faz-me falta todos os dias - a verdade é que as datas deixam de ter significado numa eternidade que existe para além da Vida. Comprei-lhe uma rosa, , pu-la numa jarra ao pé do seu retrato jovem e sorridente e a rosa está linda, como ela o foi. Nâo seria especialmente bonita no físico, mas era-o como pessoa inteira. Tinha uma personalidade muito forte e eu admrava-a imenso, até certa idade, achava que ela tinha sempre razão e sabia tudo. Depois percebi que, como em todas as pessoas da sua geração, havia tabus e ela não falava de certos temas com os filhos. Nunca teve conversas como as que já tive com os meus filhos, a proximidade não era assim tão grande e o à-vontade também não.
Mas aparentemente, esse tipo de conversas só me fez falta mais tarde, quando estava para casar e mesmo depois, pois não havia ninguém que me pudesse dar conselhos como ela.
Culturalmente, a minha Mãe era superior, nunca tinha andado na escola secundária, mas recebera o ensino todo em casa, com professores excelentes, de modo que sabia muto mais do que se aprende na escola, sobretudo na área das línguas, música, arte e humanidades. Lia tudo e a sua memória permitia-lhe recordar passagens inteiras de livros já lidos há muito tempo. Nunca me lembro da minha Mãe sem um livro ao pé, sobretudo antes de haver Tv na nossa casa, o que aconteceu só em 1969, quando o Homem foi à Lua. A minha Mãe coleccionava os suplementos literários de todas as revistas, Marie Claire, Elle, Femmes d'Aujourd'hui, assim como instruções para trabalhos de mãos, catalogadas por assunto. Muitos desenhos de bordados tinha e adorava arrumar tudo em caixinhas feitas por ela e enfeitadas com papeis colados.Aprendi a fazer quase tudo de mãos com a minha Mãe e ainda hoje quando tricoto, penso nela e nas tardes de paz que passávamos na saleta a conversar, ouvir música e a tricotar.

Não sei o que ela diria dos meus quadros, infelizmente só comecei a pintar há pouco tempo, mas ela apreciava o que fazíamos e dava valor à nossa imaginação...quer fosse a escrever, quer a bordar, quer a tocar piano.
Tenho muitas saudades de ir com ela à Baixa de Lisboa, comprar as linhas na retrosaria da Rua da Conceição ou à papelaria Fernandes, onde o Sr. Barrelas nos vendia os lápis e papéis. O passeio terminava com um lanchinho na Ferrari ( ai os batidos de morango que lá faziam!!) ou no Expresso no Rossio ( aí eram batidos de iogurte e banana deliciosos), antes de irmos apanhar o autocarro 43 à Praça da Figueira. Ainda tenho peças de enxoval comprados nos Grandes Armazens do Chiado, que hoje é um shopping todo renovado.

Há dias fiz este quadrinho do fundo do mar. Acho que ela ia gostar, porque nunca vi ninguém gostar tanto de mar como ela...assim como havia de se deliciar com o meu filho a tocar esta peça de Debussy, que não consigo ouvir sem me virem as lágrimas aos olhos...

domingo, 5 de dezembro de 2010

De Goa para Lisboa...aos 14 anos



Faz hoje trinta anos que o meu Pai faleceu. Depois de um AVC em Junho, em que ficou incapacitado parcialmente, os seis meses que se seguiram foram penosos para a família, que o vira sempre tão dinâmico, esperançoso, feliz com os seus numerosos netos, que já eram 13 ao todo ( hoje são 21). Na altura já eu vivia no Porto e tinha tido o meu filho mais novo tres semanas antes. Nunca chegou a conhece-lo.



O meu Pai foi único, não digo no sentido melhor ou pior, mas pessoas como ele não existem muitas. Nasceu em Goa. Aos 14 anos, seus pais, meus Avós, enviaram-no para Lisboa, num navio a cargo do capitão, para estudar na capital do Império, que ficava a um mês de distância. Era o filho mais velho de oito irmãos, inteligente, deveria preparar-se melhor para uma carreira futura. O seu tio Padre o acolheria e ajudaria a formar-se. Depois de terminado o curso voltaria para Goa.

Aos 21 anos o meu Pai terminou o curso de Medicina e foi convidado para Assistente do Professor Castro Freire, pediatra, a título gracioso. Trabalhou então em policlínicas para se sustentar. Aos 28 casou com a minha Mãe e só voltou a Goa em visita 35 anos depois de ter chegado. A vida de médico pediatra e de professor, a família numerosa, e talvez um certo receio de regressar às origens, fizeram com que se enraizasse em Lisboa para sempre. Mas, nem o meu Pai, nem a minha Mãe, também ela filha de um goês, eram tipicamente portugueses, tinham um espírito aberto, internacional, que nos abriu horizontes muito para lá do pequeno país onde vivemos. Frequentámos um colégio inglês o que ainda aumentou mais a nossa "internacionalização".
Admiro muito o meu Pai, embora sempre lhe visse alguns defeitos, que na altura não compreendia, mas agora percebo claramente. A sua exigência, uma certa dificuldade em ceder, intransigência e reserva eram apenas uma capa, no fundo preocupava-se connosco e emocionava-se com os nossos sucessos. Ensinou-me muito a nível de apreciação da música, da arte, da natureza e dos valores familiares. Foi um exemplo como Homem, Marido e Pai.
Faleceu cedo demais. Tinha 68 anos. Poderia ter gozado mais trinta anos, reformado, com os netos e bisnetos, fazendo as suas viagens com a minha Mãe que ele adorava.
Estive cinco anos fora de tudo, na província e vi-o menos do que gostaria. Mas mesmo assim, nunca esquecerei a última vez que o vi aqui no Porto, à porta da casa da minha sogra, com a sua gabardine beige, ansioso por me ver, com duas prendinhas para os meus filhos mais velhos. Vinha para um congresso e no hotel, mostrou-me, orgulhoso, os slides que fizera para a sessão, desejei-lhe boa sorte. Nunca mais o vi assim.

Eis aqui a homenagem modesta que lhe que posso fazer aqui no meu blogue, Pai.
Como diz o seu filho mais novo, os Pais devem estar algures na Eternidade, a olhar para os vossos 21 netos e trinta bisnetos, com um sorriso de felicidade.
Até sempre!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ANIVERSÁRIO



Os meus Pais fariam hoje 70 anos de casados.

Já cá não estão, mas para nós, a família, serão sempre os pilares desta grande prole: oito filhos, vinte e um netos, trinta bisnetos, dos 69 anos ao 1 dia de idade. Espero não me ter enganado nas contas:)

Os meus Pais viveram sempre um para o outro e para os filhos. Viveram bem, gozando todos os momentos que a vida lhes proporcionou, o meu Pai procurando tornar o país melhor no campo da Pediatria, a minha Mãe, cuidando de nós e ajudando-o , sendo ela também parte integrante do seu brilhante projecto de vida e carreira. O meu Pai faleceu faz em Dezembro trinta anos, a minha Mãe sobreviveu-lhe mais vinte e dois anos, nunca o esquecendo e orgulhando-se sempre muitissimo do seu marido, de quem falava a toda a hora aos netos e bisnetos. teriam agora 98 e 92 anos, respectivamente, o que não foi possível, infelizmente.

Fomos privilegiados, sem dúvida e por isso, aqui fica a memória deles, que, à medida que envelhecemos, se nos torna mais nítida e transparente.

Duas peças de música que cada um apreciava e que me comovem sempre que as oiço.

Ao meu Pai:



À minha Mãe:



Bem hajam, onde quer que estejam!

domingo, 27 de junho de 2010

Adeus Luz-sob o signo do AMOR



Hoje foi o meu último dia de férias nesta linda praia...

Confesso que sinto já a nostalgia do regresso, antevejo o fechar-se da janela para o azul imenso, céu e mar em simbiose perfeita, jardim e flores, árvores, areia, rochas, água salgada, danças dentro de água com a minha filha, waffles com chantilly na esplanada dos ingleses, jogos de futebol em TVs gigantes, vida selvagem, sem horários nem planos , ao sabor do imprevisto...

Dantes, sempre que voltava para o meu apartamento da Ramada Alta, sentia que me fechavam numa caixa com menos espaço para respirar e durante dias tinha uma saudade enorme deste lugar. Por isso desejei sempre que a minhas cinzas fossem espalhadas por aqui, é o local do mundo que é mais meu, que me foi dado pelos meus Pais e que vai ser dos meus netos e bisnetos, se Deus quiser. É-me difícl encontrar outro lugar onde tantos elos da minha família se tenham encontrado, onde tantos tenham sido felizes em plenitude, cada um à sua maneira, mas com momentos de verdadeira VIDA.

Hoje tirei tres fotos que são momentos de AMOR. Por acaso.








Oxalá sejam tão felizes quanto eu fui nestes dias de férias!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Música- AMOR -2

No começo dum novo fim de semana, cheio de peripécias jornalísticas e políticas - deixemo-nos de mexericos e enveredemos pelo sonho...a música, o Amor, a saudade de cantores que nos "encheram as medidas" na nossa juventude.



Este cantor - John Denver - e a sua canção You Fill up My Senses ( traduzido à letra: tu enches-me as medidas :)) fez as minhas delícias nos anos 70. Tem uma voz sublime como podem constatar neste video. Peço desculpa de as legendas serem em alemão. Para quem sabe esta língua, aproveite para a cantar em alemão (!!), para quem não sabe : Ignore as legendas e aprecie as fotografias lindas.