Há tempos o meu irmão seduziu-me com a ideia de fazermos em conjunto um livro ou album com pinturas minhas e poemas ou textos dele sobre o mar.
É um daqueles temas que nunca recusaria. É-me imperioso ligar a existência do mar à minha própria existência como pessoa criativa. Adoro o mar, necessito dele quase como de oxigénio, não consigo viver longe dele, sinto-me bem a olhar para as ondas incansáveis, para os navios ao fundo, os surfistas, as crianças na areia, as gaivotas sentadas nas rochas, e adoro contemplar o brilho do sol na superfície azulada, verde ou cinzenta do oceano.
Tenho muitas pinturas sobre o mar - cerca de 40. Foi fácil arranjar um conjunto que se adaptasse aos poemas. Mais difícil foi fazer as fotografias em alta definição, mas consegui realizar isto tudo em dois dias.
A minha Leica entretanto tinha-me pregado um susto, pois não estava a funcionar. Hoje levei-a a uma casa que me aconselharam perto do Rivoli e um senhor muito prestável conseguiu o milagre de desbloquear a lente que tinha encalhado e não abria. Foi um alívio...
Aqui vão três pinturas sobre o mar. Poemas não ponho pois não sei se o meu irmão gostaria que eu abrisse mais o véu. Mas o livrinho não tarda...só para mais tarde recordar...
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
terça-feira, 1 de novembro de 2011
O mar...aqui tão perto
Adorar o mar e viver a 10-20m dele é sorte demais.
Ninguém em Lx percebe a maravilha que é viver no Porto, julgam estar perto do mar e, afinal, levam pelo menos uma hora a chegar ao Guincho, o verdadeiro paraíso por uma estrada pejada de gente, com engarrafamentos,poluição, acidentes, etc. Só de comboio se pode chegar a Cascais, sem grande problema. E Cascais não é mar a sério. Lembro-me que os meus Pais falavam da "volta dos tristes", referindo-se ao passeio na marginal de Domingo. Realmente não era nada do que se diz nos folhetos.
Aqui - e não me canso de o dizer - decido de pé para a mão o que vou fazer, pego num livrinho, na máquina fotográfica , óculos escuros, Ipod e aí estou eu na paragem, onde o autocarro - o 200 ou o 204 - não demora mais do que 10m a vir. Daí à Foz são 5 a 10m, nunca há trânsito aquela hora. Há quem vá a correr - o meu filho, por exemplo.
Desço a rua do Farol - nome sugestivo e estou com o mar todo à minha frente...barulhento, ondas altas, cheiro característico,gaivotas altaneiras, um ou outro turista mais afoito, cadeiras super-confortáveis, sem música nos altifalantes, maravilha.
Por 7 euros, almoço uma omelete de cebola e salsa, mal passada como gosto com salada e bebo uma água com gaz. Posso estar ali toda a tarde na varanda, nem sequer pago logo. Se está fresco, passo para dentro do café, onde uns pufs maravilhosos esperam por mim com a mesma vista e uma mesa cheia de revistas actuais. Em qualquer outro país pagaria uma fortuna para ter estes privilégios - só um café em Inglaterra custa 3 libras = 4 euros, no Brasil as bebidas eram o dobro.
São horas de paz, de sossego e beleza...não levo telemóvel ou se o tenho não o oiço, pois estou a ouvir música clássica, hoje as Orchestral Suites de Bach, que vou ouvir no dia 11 na Casa da Música com o meu neto e que são emocionantes.
Quando venho para casa, passo pela confeitaria a comprar pão, pelo chinês a ver as últimas novidades (!), compro telas ou objectos domésticos necessários, tudo pelo preço da chuva.
E ainda há quem se queixe tanto de que o Porto não é um bom sítio para se viver...não o trocava por mais lugar nenhum, a não ser a Inglaterra ( por causa das pessoas, não das cidades).
Ninguém em Lx percebe a maravilha que é viver no Porto, julgam estar perto do mar e, afinal, levam pelo menos uma hora a chegar ao Guincho, o verdadeiro paraíso por uma estrada pejada de gente, com engarrafamentos,poluição, acidentes, etc. Só de comboio se pode chegar a Cascais, sem grande problema. E Cascais não é mar a sério. Lembro-me que os meus Pais falavam da "volta dos tristes", referindo-se ao passeio na marginal de Domingo. Realmente não era nada do que se diz nos folhetos.
Aqui - e não me canso de o dizer - decido de pé para a mão o que vou fazer, pego num livrinho, na máquina fotográfica , óculos escuros, Ipod e aí estou eu na paragem, onde o autocarro - o 200 ou o 204 - não demora mais do que 10m a vir. Daí à Foz são 5 a 10m, nunca há trânsito aquela hora. Há quem vá a correr - o meu filho, por exemplo.
Desço a rua do Farol - nome sugestivo e estou com o mar todo à minha frente...barulhento, ondas altas, cheiro característico,gaivotas altaneiras, um ou outro turista mais afoito, cadeiras super-confortáveis, sem música nos altifalantes, maravilha.
Por 7 euros, almoço uma omelete de cebola e salsa, mal passada como gosto com salada e bebo uma água com gaz. Posso estar ali toda a tarde na varanda, nem sequer pago logo. Se está fresco, passo para dentro do café, onde uns pufs maravilhosos esperam por mim com a mesma vista e uma mesa cheia de revistas actuais. Em qualquer outro país pagaria uma fortuna para ter estes privilégios - só um café em Inglaterra custa 3 libras = 4 euros, no Brasil as bebidas eram o dobro.
São horas de paz, de sossego e beleza...não levo telemóvel ou se o tenho não o oiço, pois estou a ouvir música clássica, hoje as Orchestral Suites de Bach, que vou ouvir no dia 11 na Casa da Música com o meu neto e que são emocionantes.
Quando venho para casa, passo pela confeitaria a comprar pão, pelo chinês a ver as últimas novidades (!), compro telas ou objectos domésticos necessários, tudo pelo preço da chuva.
E ainda há quem se queixe tanto de que o Porto não é um bom sítio para se viver...não o trocava por mais lugar nenhum, a não ser a Inglaterra ( por causa das pessoas, não das cidades).
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Os horizontes do mar
Passei três horas ao pé do mar, numa tarde que bem podemos agradecer aos deuses, pois não acredito que haja muitas assim em pleno inverno no resto da Europa.
Há dias vi um documentário na RTP chamado : A Vida por um Fio, era a odisseia dum paraquedista que cai no meio do oceano e consegue salvar-se pela sua persistência, coragem e vontade de viver. Não sei o que será estar dentro da água e ver a linha do horizonte de baixo para cima, não ter um ponto de referência, apenas a água sem fim. Lembro-me que o homem se agarrava a um tronco que lhe parecera um crocodilo, mas que durante algum tempo, o ajuda a aguentar-se à tona. As tantas descobre que o tronco em vez de o ajudar a encontrar terra, o leva cada vez mais para fora em direcção ao horizonte e com lágrimas nos olhos larga-o para se entregar à sua sorte.
O mar é lindo...nunca me canso de o olhar...já nem vale a pena levar livros para a Foz, prefiro a música e a contemplação pura...o sol na cara, a paz duma esplanada cheia, sem música, senão a minha.
As gaivotas é que têm sorte. Andam por ali, na areia, de vez em quando nadam à tona das ondas e depois elevam-se em voo ritmado nos ares. São polivalentes. Sempre as invejei.
Á volta, no autocarro, os mesmos velhinhos do costume, com bengalas ou sem elas, muito engelhados, caras franzidas, rostos cansados, estiveram a gozar o sol deste dia glorioso. A avenida do Brasil parece uma festa de S. João, cá em cima anda meio mundo, casais, crianças, jovens, velhos; na esplanada não dou por nada, embrenhada na música: as ondas fazem ainda mais ruído de fundo e na nossa frente não vemos mais nada senão a linha do horizonte, sempre ali...infinita.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Depois da tempestade
É bem verdade....vem a bonança....hoje está uma tarde límpida, com nuvens lindas a ameaçar - só ameaçam - chuva e embelezam o céu e tornam tudo mais nítido, mais transparente e mais belo.
Tinha de sair numa tarde assim...até me apetecia ir no autocarro e ver os pinhais da Foz ( que não tem pinheiros, mas áceres, castanheiros e carvalhos) todos doirados e acobreados como acontece nesta altura do ano. Esperei algum tempo e constatei com pena que o muro do Botânico está cheio de grafitti, desfeia-o totalmente e é uma ofensa ao património de todos nós.
Na Foz estava pouca gente, talvez porque se fazia sentir uma brisa fresca marítima, mas o sol quando descobriu, era quente e forte, aquecendo a sério os que ousaram sentar-se nas cadeiras maravilhosas do bar dos Ingleses.
Ali estive a ver o bailado das gaivotas - muitas - que saltitavam e voavam na areia e por cima dos rochedos negros da praia. As ondas eram de borrasca, mas amainaram com o avançar das horas.
À vinda fui ao Pingo Doce, comprar fruta e outras coisas que precisava. Trouxe-as num saco carro de compras do Chinês. Ali há tudo!
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
E a Foz aqui tão perto
Hoje fui comer qualquer coisa ao café, como de costume. O café não é nada de especial, um local bastante feioso, mas com esplanada em frente do Jardim Botânico, o que é, em si mesmo, um privilégio.
Estava ali sentada e pensei: Porque não ir à Foz, nada tenho de compromissos ( que bom estar reformada) está um tempo maravilhoso, sem vento. E calor a sério.
Meu dito, meu feito. Meto-me no autocarro acompanhada do meu IPOD novo ( Touch) e na minha Leica e lá vou eu no autocarro 200 que vai bem cheio de meninos das escolas.
No bar dos Ingleses, não há ninguém dessa nacionalidade, que eu repare, só portugueses. Mas na praia andam alguns turistas a passear e a ...namorar. Tudo muito calmo, uma leve névoa, onde pairam as gaivotas, mar chão com poucas ondas e petroleiros lá muito longe, mais sombras que navios.
É bom ouvir a música de Wim Mertens que o meu professor de pintura me emprestou e que gravei no Ipod e olhar para o mar. Ao sol. Enche-me de prazer quase físico...é uma pausa neste "concerto da crise" mais que desafinado e lamentoso.
Enquanto se puder ir à Foz ver o mar pela módica quantia de 1.60 euros, ainda não estamos mal. Mas se tomarmos um café e comermos um queque já pagamos dois euros, o que não é muito, pois podemos sentar-nos em deck chairs durante horas. Leio o Y do Publico, a única parte que me interessa hoje em dia...há concertos e teatro em todas as cidades, será que há dinheiro para os bilhetes? É impressionante a quantidade de espectáculos anunciados por esse país fora, com destaque para a minha cidade natal, como era de esperar. Já tenho saudades dum concerto da Gulbenkian ou na Aula Magna. Já foi há 35 anos que saí de lá!
domingo, 21 de fevereiro de 2010
E a Foz aqui tão perto
É inacreditável. Em que parte do mundo é que se tem o mar assim tão perto duma segunda cidade do país, fazendo parte integrante da cidade, banhando-a de águas bem salgadas e tornando os nosso passeios em fulgorantes contactos com a Natureza?
Hoje resolvi ir fazer o meu passeio "dos tristes" ( não sei porque o apelidaram assim, pois todas as pessoas que vi estavam felizes e em paz).
O dia estava um pouco instável, com vento de sudoeste a prometer viragem, mas o céu tinha longas manchas azuladas,não chovia e a paisagem tornava-se animada, vigorosa e até encapelada.
Estive fora enquanto aguentei a aragem, depois fui para dentro, sentei-me nos belos pouufs do café dos Ingleses - o melhor café da Foz. Lá dentro parece que se está num barco, pois a varanda debruça-se sobre o mar e nem se vê a areia.


Mais tarde fui até à areia que estava limpinha como na época balnear- dizem que o molhe impede as destroços de virem para as praias, ainda bem. Não se via uma garrafa, uns sapatos, peixes mortos, nada se não seixinhos lindos, conchinhas e a espuma enorme, lindissima espraiando-se pelo areal.
Quando dei por ela, estava toda molhada até aos joelhos. Veio uma onda grande com que não contava e lá se foram as minhas novas sapatilhas do Lidl ( 4 euros) , e as calças de malha, meias, etc. Tudo a cheirar a mar....:))
O autocarro leva 10 minutos da minha casa a R. Do Farol, a 2 minutos da praia. Sei o horário e não espero nunca. É o ideal para não ter de arrumar carros, nem pagar um balúrdio por um taxi. Sou uma privilegiada por andar de autocarro, sem o minimo problema. Fazia-o em Lisboa, fi-lo em Londres, na Alemanha, em todo o lado, porque não aqui no Porto?
Por favor, cliquem nas fotos. Vale a pena!
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