É mesmo fantástica....e inegualável. Oiço-a neste momento no MEZZO, tocada pela Filarmónica de Berlim na Igreja de Santa Irene, em Istambul, local espantoso, com séculos de História. Esta sinfonia que narra o pesadelo, sonho ou alucinações dum jovem artista enamorado sempre me encantou. Ouvi-tocada magistralmente na sala mais moderna de Munique com os meus filhos, foi uma experiência única.
A Sinfonia Fantástica Opus 14, nome oficial Episódio da Vida de um Artista, a Sinfonia Fantástica em Cinco Partes (em francês Épisode de la vie d’un artiste, symphonie fantastique en cinq parties), foi a primeira sinfonia do grande compositor e músico Hector Berlioz , composta no ano de 1830. é o verdadeiro nome da obra, apresentada no dia 5 dezembro de 1830 no Conservatório de Paris, sob a batuta do maestro François-Antoine Habeneck. É o trabalho mais conhecido de Berlioz e foi criado por inspiração de sua paixão pela atriz irlandesa Harriet Smithson, após vê-la representar o papel de Ofélia na peça Hamlet, de Shakespeare, no Teatro de Paris, em 1827, e também pela leitura de Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe. A obra é um marco na música francesa, pois inaugura o sinfonismo na França. Berlioz quebra a estrutura formal da sinfonia, formada de quatro movimentos, quando a apresenta com um movimento a mais. Berlioz redigiu um roteiro impresso em 1831 em que indicava o que o protagonista imaginava em cada movimento da obra. Para o autor, o artista, sob efeito do ópio, tem alucinações e estas são traduzidas em cinco situações indicadas através dos cinco movimentos.
(in Wikipedia)
O leitmotiv desta sinfonia surge em todos os movimentos e transmite um tom trágico à música, toda ela descritiva e melódica, com momentos empolgantes como a valsa rodopiante do Baile ou a macabra melodia da Marcha para o Cadafalso. Nunca me cansarei de ouvir estes concertos no MEZZO, um canal que nos leva a amar a Música clássica e não só.
Contando bem todas as passagens de ano de que me lembro não chegam aos dedos duma mão as vezes que saí ou fui a uma festa social. 98% das vezes fiquei em casa, limitando-me a beber uma taça de champagne e a comer bolo-rei ou outro doce qualquer com o meu ex- e /ou os meus filhos. Nunca passei o ano sozinha, graças a Deus. Quando era adolescente, o meu Pai gostava de ir connosco ao cinema Resteloantes da meia noite. Vi com ele A Volta ao Mundo em 80 Dias numa dessas noites. O filme encantou-me e vi-o mais de duas vezes.Depois do filme, vínhamos para casa a tempo de festejar com a minha Mãe a passagem de mais um ano. Quando namorava, fui a uma festa a casa de amigos, mas lembro-me que tivémos um discussão qualquer, o meu ex- e eu e ficámos amuados no resto do serão!:) Também me lembro duma festa, em que os amigos de meus Pais e seus filhos vieram a nossa casa e dançámos o "surf" que estava na moda. A minha maior amiga, nessa altura, era a Helena Salema, hoje Roseta, figura pública conhecida. Foi ela que me ensinou a dançar essa modalidade na sala de jantar da nossa casa. Fomos maiores amigas no liceu e depois, durante anos, até ela se casar e eu sair de Lisboa. Hoje nem sei se ela se lembra de mim, a vida dá muitas voltas...
Aqui no Porto só uma vez saí com a minha filha para ver o fogo de artifício na Câmara. Ela estava mortinha por sair. Apanhámos o metro e saímos na Trindade. Só me lembro de ficar a cheirar a champagne pois abriram garrafas e o champagne esparrinhou para cima de nós, sem nós querermos. Pensei que estava na Time Square de NY!! Em geral, vejo algum programa de TV daqueles pimbas e populares, fico embasbacada a ver como os outros se divertem...cada um tem os seus gostos. Nunca me senti realizada por fazer figura de parva no meio de muita gente. Pode parecer arrogância, mas é mesmo o que sinto. Amanhã vou ver a Final de A Casa dos Segredos na TVI. Digo isto com toda a calma. É um programa que me fascina, como me fascinaram alguns reality shows anteriores. Tenho Amigos ( que conheço pessoalmente) dessa altura e que conheci no forum, onde a nossa fantasia e até loucura tinha espaço para voar.Houve alturas em que me viciei nesses programas, sentia-me atraída pelo comportamento dos concorrentes e pelas atitudes que tomavam. Também gostava das Galas e de tomar partido por um ou outro. Andava deprimida e ali animava-me. Nunca percebi porque é que as pessoas têm receio de dizer que vêem estes programas.Tive algumas discussões com professores, que os detestavam. Mas com os meus alunos, falei muitas vezes sobre eles ( em Inglês) e via que o assunto era motivador. Amanhã será mais do mesmo. Mas estou divertida e isso é que me importa.
Pintei dois quadrinhos pequenos nestes últimos dias... São completamente diferentes e não gosto de nenhum em especial, a minha filha gostou muito dum, o meu filho do outro, de modo que não os destruí. Na realidade, têm qualquer coisa que me atrai, talvez a pincelada e a textura, mas já fiz quadros de que gostei muitissimo - aqueles que enquadrei, por exemplo - e estes são-me um pouco indiferentes para já.
Há dias - um dos raros dias em qe consegui estar com o meu filho mais velho - fomos a IKEA, onde nunca tinha posto os pés, a fim de comprar umas molduras para os quadros que fiz recentemente em MDF e que não se podem colocar directamente na parede, a não ser com blutac, correndo o risco de cair. Não estava quase ninguém no grande armazém, mas infelizmente, dado que o meu filho tinha de ir buscar os meninos, só lá ficámos uma meia hora, o que não deu muito tempo para procurar tudo como e quanto eu quereria. Trouxe, apesar de tudo,quatro molduras grandes e quatro pequenas, que ficaram muito baratas, pois não paguei mais que 100 euros por tudo.
O efeito é lindo...podendo usar-se o vidro ou não, conforme o gosto. Num dos quadros que ofereci ao meu filho e nora, não o coloquei, nestes acho que protege a pinture e valoriza o efeito.
Também gosto imenso do efeito com os quadros pequeninos, mas não os coloco aqui pois são para oferecer no dia 8, quando tivermos a nossa festa da família alargada. Fica aqui a menção ao IKEA, que é realmente tentador.Cliquem nas fotos para apreciar melhor.
Hoje é segunda feira, o Natal acabou, está a cair aquela chuva miudinha tão típica aqui do Porto e que permite estes verdes perpétuos à volta da minha casa. Hoje vi duas aves canoras esvoaçando entre as árvores da Casa das Artes e pensei que o inverno aqui é muito menos rigoroso do que noutros países que conhecemos, mas às vezes é triste e monótono. A minha empregada foi a Inglaterra passar o Natal com o irmão que vive lá e veio hoje, dizendo que tinha detestado a viagem e que Portugal é mil vezes melhor....sendo de Luanda, o frio deve tê-la apavorado e a confusão dos aeroportos não lhe terá sido fácil.
Há meses começaram a pintar e restaurar a casa dos Andersen. Regozijei-me com a iniciativa, e penso que escrevi aqui que tinha sido uma notícia excelente. Afinal, retiro o que disse. Pintaram a casa dum vermelho mais parecido com as fábricas do sec XIX do que com as belas mansões da Foz ou aqui do Campo Alegre. Está triste como a morte. Como as árvores estão despidas, vejo-a melhor daqui da minha varanda e sinto um nó na garganta ao olhar para as paredes vermelhas escuras, as janelas, que fotografei há tempos e que eram brancas e simétricas, tudo está vermelho, sem fazer contraste com o verde. Perdeu a luminosidade, as chaminés fazem lembrar os dias da Revolução Industrial e os operários das obras os trabalhadores de antigamente. Que transformem as fábricas em museus, como fizeram com a Central de Electricidade em Lisboa, edifício sui generis adaptado, que resultou num local interessante e digno de visita, compreende-se. mas que se pintem casas senhoriais lindissimas e luminosas desta cor escura não lembra ao diabo. Não acredito que Sophia aprovasse esta decisão....penso ( posso estar errada) que a casa que Ruben A descreve no seu livro era branca, com telhado alaranjado. Nada disso acontece agora. Ainda não fui lá dentro, pois está fechado ao público, mas até tenho medo: espero que não tenham modificado a traça da casa, o seu enorme átrio e a balaustrada para a modernizarem, tornarem mais futurista ou coisa que o valha... Estas fotos foram tiradas por mim e dão-me vontade de chorar...desculpem, estamos no pós natal e sinto aquela nostalgia do antigamente.
Sinto-me muito privilegiada por ter uma lareira em casa. Não a utilizo tantas vezes quanto gostaria porque já me custa um pouco mantê-la acesa, manusear os tarolos com perícia, gerir a quantidade de pinhas e acondicionar tudo bem para que o oxigénio continue a alimentar a chama. É uma arte, que aprendi com o meu Pai que adorava acender a lareira na nossa grande casa nos dias de festa ou quando estava realmente muito frio. Ele queixava-se de que não fazia mais nada e não parava quieto , mas todo aquele processo lhe era grato pelo prazer que nós sentíamos em redor do fogo. Eu sinto sempre uma verdadeira fascinação e também me quedo a olhar para a dança das chamas a rodopiar à volta dos pedaços de tronco e a contemplar as pinhas incandescentes. Ainda hoje de manhã fui apanhar pinhas com os meus netos para o jardim da Faculdade de Ciências, onde existe um pinheiro enorme , mesmo ao fundo, num cantinho. Este ritual já é tradiocional nesta época, há três anos até fui sozinha e dei de cara com as gárgulas à volta da fonte, que olhavam para mim com cara de espanto. Hoje, quando lá chegámos , o meu neto mais velho constatou quase a chorar que não havia pinhas nenhumas no chão e que a árvore estava carregadinha delas lá em cima, tão alto!. Mas foi teimoso e resolveu aventurar-se numa zona mais perigosa, com roseiras selvagens que o picaram. Resultou em cheio. Encontrou umas vinte pinhas por baixo duns troncos quebrados que o mais novo queria à viva força trazer para casa:). Assim já pude hoje à tardinha gozar do verdadeiro prazer que é não fazer nada diante do mistério da combustão da madeiraa morrer na minha lareira. A minha amiga Regina deve ter escrito alguns poemas acerca deste fenómeno, eu só consigo viver o poema dentro de mim, sem nada escrever...
Aqui junto à lareira, oiço a canção de Natal que mais me comove ainda hoje. Comecei a cantá-la no Colégio Inglês, nessa língua e depois sempre em todas as línguas que sei. Cantei-a com a família, na Escola com os meus alunos, no Coro dos Jerónimos e agora com os meus netos.
É lindíssima e traduz o milagre desta festividade.
Esta viagem foi cheia de peripécias. Para lá o avião da Ryanair partiu com uma hora de atraso e os passageiros estiveram em pé quase uma hora numa escada que dava acesso a aerogare, mesmo os que tinham prioridade. Felizmente não estavam as temperaturas gélidas da Europa, se não teria sido pior. Chegada a Stansted, onde nevava copiosamente, fui logo para o comboio, sem almoçar, só com um muffin e um sumo para uma viagem de tres horas. Chegada a Peterborough que é onde se muda de comboio, vi um alvoroço e muita gente a gesticular. Felizmente não era comigo, eram os passageiros que iam para Londres e que não cabiam no comboio, pois tinha falhado o anterior. Muitos partiram de pé. Se fosse cá, era uma algazarra, felizmente os ingleses, mesmo quando estão zangados não levantam a voz e são educados. Lá apanhei o meu comboio para Leeds onde havia muito lugar e até podia esticar as pernas. Um senhor à minha frente ouvindo-me falar ao telemovel com a minha filha, perguntou-me se eu falava romeno, disse-lhe que não, que era uma língua melhor:)) A paisagem era indescritível, nem me apetecia dormir , fui a ouvir música todo o tempo a olhar para os campos brancos a escurecerà medida que o dia terminava. Passei dois dias com a minha filha a passear pela cidade, voltei ao Marks&Spencer, a minha loja de culto em Inglaterra, andámos peloas arcadas lindissimas, todas as ruas iluminadas mais com as lojas, calor humano e gente nas ruas do que com luzes artificiais ou grande espalhafato. Grupos de jovens cantavam Christmas Carols alegremente. Fomos ao cinema ver um musical "Burlesque", que se enquadrava bem nesta época festiva.A casa dela tem uma vista linda sobre os montes cheios de neve.
Para cá é que foi pior. Quando chegámos à estação às 10 horas, disseram-nos que não havia comboios para Londres. Nenhuns. E nós já com bilhetes comprados. O avião sairia daí a 7 horas... Nem pensei duas vezes. Apanhámos um taxi e fizemos 200 milhas com o conforto máximo. A brincadeira ficou cara, mas o motorista era um paquistanês super atencioso, que tudo fez para que nos sentíssemos bem e ainda recusou a gorgeta que lhe quis dar. Pelo caminho a paisagem vestida de branco era um regalo para a vista pago a peso de ouro
O avião para o Porto partiu com duas horas de atraso, mas no aeroporto estava-se bem...e quentinho.Chegámos cansadas, mas felizes. O Natal agora é cá. Já fiz os enfeites e deixo-vos aqui umas imagens desta minha obra :) FELIZ NATAL!
Sim, já regressei. Uma viagem curta e um pouco atribulada, mas com momentos de oiro, que já previa. É demasiado tarde para vos contar algumas peripécias, mas quero apenas deixar-vos algumas imagens tiradas do comboio para lá e do taxi (!!!) para cá, que só pecam por ser demasiado pequenas ao pé da vastidão dos campos cobertos de branco...lindo, lindo, lindo. Nunca tinha visto a Inglaterra assim mergulhada em branco, andei mais de 600 km e não havia pedacinhos que não estivessem gelados. Fiz um desenho num muro ao pé do hotel e dois dias depois ainda lá estava tal qual. Impressionante.
Este ano não estou nada imbuída do espírito natalício, embora a Tv nos impinja cem vezes ao dia os anuncios das obras de caridade camufladas pelo consumo garantido; já não posso ver as Leopoldinas, as Barbies, as donas dos jetsets, que gastam balúrdios numa malinha Louis Vuitton, a demagogia de toda esta fantochada; é os arredondamentos, é os bancos alimentares, as missões sorrisos, as ajudas de berço, tudo nesta altura, como se só nesta altura do ano, existissem razões para se pedir a colaboração dos menos pobres, dos que já contam os tostões, dos funcionários publicos sem aumentos, dos trabalhadores e até dos desempregados. Há os ricos que dizem renunciar às prendas e pedem o dinheiro aos irmãos para instituições, o que acho bonito como gesto, mas não como imposição. Muitas vezes as prendas são feitas por nós, não implicam dinheiro, são lembranças, quadros, caixinhas, desenhos feitos pelos netos, nunca na vida gastei fortunas a dar prendas e tenho tres afilhadas sobrinhas, sete irmãos e a minha família nuclear. Lembro-me sempre de vésperas de Natal a acabar tricots e ainda agora os estou a fazer. Porque será que a generosidade para com os pobrezinhos só chega no Natal e se choca brutalmente com o espavento das galas, das festas, das Olás e das Flash?
Está um dia lindo de sol...nem sequer está frio. Fui ali ao Lordelo comprar uma malinha para poder levar dentro do avião da Ryanair, sem ser preciso esperar depois pela bagagem. Havia lá coisas por 10 euros que facilmente se fazem em casa.
Vou a Leeds por tres dias. Significa um pouco de sacrifício, mas é uma prenda de Natal para a minha filha, que não vejo há dois meses. Vou buscá-la, passar com ela tres dias, e inspirar-me nos Kindermarkt da Millenium Square - uma praça enorme cheia de stands, vinho quente- o Gluhwein - e mil e umas peças de artesanato enfeites, bolinhos, Platzchen ( boliachinhas), tortas, troncos de Natal, pinhas e Christmas Carols, música por todo o lado. Lá as ruas enchem-se de gente, não há centros comerciais gigantescos, só galerias lindíssimas ao estilo vitoriano, os jovens riem, cantam, tocam, o ambiente é bom. Todos estão, aparentemente, felizes.
E há neve....pelo caminho todo, irei contemplar a paisagem...de inverno puro e duro. É o meu Natal.
O meu ex-marido tinha um acordeão. Não tocava, tinha aprendido em criança, mas repudiou o instrumento mal o obrigaram a ter lições com professor. O belo acordeão Hohner que a minha sogra pagara por bom preço esteve sempre em nossa casa, encostado a uma parede, dentro duma mala tipo cofre forte de metal, muito feio. Por fora ninguém suspeitaria que lá dentro se encontrava uma bela peça, quase de museu... até que um dia o meu filho mais velho que é incapaz de ver um instrumento sem tentar fazer música com ele, resolveu abrir a caixa de Pandora. O meu ex- ficou um pouco petrificado como se o filho estivesse a cometer um sacrilégio, tirando uma relíquia do seu santuário e pior, atrevendo-se a tocar nas teclas sagradas. O meu filho habituado a tocar piano e flauta no conservatório, nunca tivera a chance de tocar tal instrumento. Sentou-se e começou a tocar. Lembro-me que foi uma sensação estranha, o acordeão lembrava-me Paris, as chansonettes, os meus vinte anos, o tempo de namoro em que a música francesa estava no auge, havia os Charles Aznavours, os Gilbert Bécauds, os Adamos.....Paris tinha sido o local onde nos tínhamos conhecido numa viagem de universitários. O meu filho tinha despoletado em nós os dois recordações, que ele coitado ignorava. Daí até às valsas alemãs foi um pulinho. Por fim todos as festas de anos metiam acordeão e um Parabens a Você improvisado.
Lembrei-me deste episódio porque estou há cerca de uma hora a ouvir um concerto fenomenal - é o termo - no MEZZO. O solista é o acordeonista Richard Galliano, que desde Bach até Piazzola, jazz, modinhas brasileiras, tudo ele toca com a sua banda de violino, violoncelo e contrabaixo. Um verdadeiro hino à música, com magia, salero , ritmo e paixão.
Vai aqui uma pequena nota sobre este músico francês: RICHARD GALLIANO
Musicien compositeur
Né le 12 décembre 1950 à Cannes (France).
Alors que l'accordéon semblait n'avoir jamais vraiment connu de soliste majeur et que, par les connotations qui l'entourent, il paraissait irrémédiablement éloigné du swing, Richard Galliano est parvenu, avec une détermination sans pareille, à imposer l'idée que son instrument était digne de figurer aux côtés des saxophones et trompettes qui sont au coeur de la musique de jazz. Inspiré par son admiration pour son ami Astor Piazzolla, inventeur du « Tango Nuevo », l'accordéoniste a réussi, en outre, avec son « new musette », à revitaliser une tradition bien française qui semblait ne jamais devoir connaître de renouveau. D'une rare polyvalence, Richard Galliano possède ainsi les moyens de s'exprimer avec musicalité dans n'importe quel contexte, du solo (tel le « Paris Concert » au Châtelet, paru en 2009) jusqu'au big band (avec le Brussels Jazz Orchestra en 2008). Désormais reconnu comme un soliste exceptionnel, il continue d'explorer un large éventail de musiques, sans se défaire de ce lyrisme qui irrigue son jeu lorsqu'il enregistre les ballades de « Love Day » avec Gonzalo Rubalcaba, Charlie Haden et Mino Cinelu, ni se départir de cette « French Touch » qui lui permet d'établir avec le trompettiste Wynton Marsalis le trait d'union qui relie Billie Holiday et Edith Piaf.
O sol é-me necessário como pão para a boca....ou melhor ainda mais do que o pão, pois em geral, como pouco pão no dia a dia e a ausência de sol causa-me depressão, fico triste e desinspirada. Felizmente tenho uma sala que recebe sol desde as 10 da manhã até as 5 da tarde no inverno. No verão, como o sol é alto, praticamente só ilumina a sala por duas horas, o que é bom para não aquecer demais. Estes dias de sol são maravilhosos, para mim, é o melhor que o nosso país tem e muitas vezes não sabemos apreciar. Acho que nestes dias, devíamos levar as crianças todas para a praia e cantar um hino ao sol em liberdade. É um crime ter as crianças fechadas numa escola durante oito horas, quando o sol resplandece sobre nós.
Nunca fui capaz de o pintar, mas gosto de algumas pinturas que tentam dar uma imagem do astro-rei.
Eis aqui algumas que encontrei na web:
Bursting sun
Jaison Cianelli
Pollard Willow with Setting Sun
Van Gogh
Para finalizar, vou colocar aqui uma das canções que mais me faz/fez vibrar desde os meus vinte anos quando vi o musical Hair pela primeira vez em Londres. Usei-o muitas vezes nas aulas e os meus alunos ficavam emocionados com as vozes e a letra da canção. Ainda hoje me vêm as lágrimas aos olhos ao ouvi-la.
LET THE SUNSHINE IN
We starve, look at one another, short of breath Walking proudly in our winter coats Wearing smells from laboratories Facing a dying nation of moving paper fantasy Listening for the new told lies With supreme visions of lonely tunes Somewhere, inside something there is a rush of Greatness, who knows what stands in front of Our lives, I fashion my future on films in space Silence tells me secretly Everything Everything Manchester, England, England Manchester, England, England Across the Atlantic Sea And I'm a genius, genius I believe in God And I believe that God believes in Claude That's me, that's me, that's me We starve, look at one another, short of breath Walking proudly in our winter coats Wearing smells from laboratories Facing a dying nation of moving paper fantasy Listening for the new told lies With supreme visions of lonely tunes
Singing our space songs on a spider web sitar Life is around you and in you Except for Timothy Leary, dearie Let the sunshine, let the sunshine in
Não gosto destes dias cinzentos - hoje foi excepção - que acabam às 4 horas e deixam uma indizível tristeza no ar. Acordo de manhã, sem vontade de me levantar, só apetece estar debaixo dos cobertores, sonhar e adiar o mais possível o confronto com o real. A vida é simples, a casa é boa, há aqui paz e não preciso de sair a não ser quando me apetece. Estou com uma enorme relutância em fazer coisas por obrigação, acho que atravesso um momento especialmente anti-social, sem razão. Fora os netos,não me apetece aturar mais ninguém, não me apetece ir a eventos, falar com pessoas de trivialidades.
Hoje aventurei-me pelas galáxias. Este quadro lembra-me o universo...
Galáxias, mutantes nichos No escuro vão do universo Que rodopiam e se harmonizam Formando rimas e versos.
Pó de estrelas cadentes Que raios cosmos aquecem, Que o gelo torna dormente E gases mil arrefecem.
Galáxias, vida e poeira Da estrada plena e divina, Trovas soltas na ladeira, Poema que a Deus fascina.
Galáxias, nicho da gente, Fonte vital, pura, híbrida, Onde o verbo inteligente Escreve diferentes vidas.
Embora já estejamos quase em pleno inverno, despedi-me do outono com uma pintura em relevo em tons dourados acobreados. Misturei o impasto na tinta, de modo a que ficasse grossa e moldei-a com os dedos. Penso que o efeito é muito bonito e parece quase metalizado. Cada vez gosto mais de pintar abstractos. Como diz aqui num livro que mandei vir da Amazon, os abstractos dão para criar o que se quiser, sem limites, o mundo abre-se e a imaginação desenvolve-se.
Embora já estejamos quase em pleno inverno, despedi-me do outono com uma pintura em relevo em tons dourados acobreados. Misturei o impasto na tinta, de modo a que ficasse grossa e moldei-a com os dedos. Penso que o efeito é muito bonitoe parece quase metalizado.
Não vi muitos filmes dele. Não sou fã entusiástica do estilo de filmes que faz. ..mas à medida que os anos passam, cada vez admiro mais este Homem, este Portuense de gema, este Realizador que se tornou um ícone da 7ª Arte.
O que faz este Homem correr? O que lhe permite ainda sonhar? Ainda hoje disse que tem vários filmes planeados, como se o amanhã fosse eterno. É um exemplo para todos os que se acham cansados a meio do percurso ou os que já nasceram cansados e sem energia para mudar. PARABÉNS, MANOEL DE OLIVEIRA!
Lembrei-me da minha Avó, a quem essas cores ficavam maravilhosamente, não só pela sua aparência física, como pela sua maneira de ser paciente, bela, doce, sempre sorridente e amistosa. Dedico-lhe esta pintura e a música que a acompanha.
Hoje fiz um quadro em MDF. Para quem não sabe o que é, explico.É uma placa de madeira fina, cortada para ser trabalhada. Neste caso para ser pintada.Já tinha usado este material num workshop do atelier, mas nessa altura cobri-a de gesso e depois moldei o gesso, de modo que a tinta não tocou directamente na madeira. Hoje usei impasto para dar alguma espessura à madeira, mas só o coloquei nalguns locais, havendo partes que não ficaram cobertas. Usei tintas muito líquidas , azul, verde, roxo, castanho e além do pincel, trabalhei com utensílios que nunca usei na vida: esfregão de arame ( faz uns efeitos espantosos na madeira), esponja verde para enxaguar e alisar e uma espátula.
O resultado foi este, ainda sem verniz...é lindo ( na minha modesta opinião). Acho que vou fazer outro amanhã no atelier. Tenho de arranjar mais MDFs... e palha de aço! se quiserem ver pormenores, cliquem na foto. Chamei-lhe "dreams" porque tem um não sei quê de onírico.
Quando eu tinha dez anos, os meus Pais resolveram ir numa viagem a França, Inglaterra e Escócia (ao Festival de Edimburgo) e escolheram os meus irmãos mais velhos para os acompanharem. os cinco mais novos ficaram todos em casa com os meus Avós. Os meus Pais foram de carro e só cabiam tres filhos, era uma longa viagem. É claro que fiquei triste, durante dias chorei com saudades da minha Mãe e com um sentimento de injustiça, que nunca foi inteiramente sanado. Passei os dias à espera que voltassem e, ao menos, trouxessem algumas coisas giras que não houvesse em Portugal - como as bics, gabardinas, livros ou pastas para o colégio. Quando chegaram, as minhas irmãs vinham excitadíssimas. Mostraram as prendas de que já nem me lembro. Mas houve uma que me ficou na memória: dois discos -albuns em vinil do bailado : O Lago dos Cisnes - Swan Lake de Tchaikovsky - lindíssimos com fundo azul escuro e as figuras do par principal em branco. Parece que os estou a ver. As minhas irmãs tinham ido ver o ballet em Edimburgo e contaram-me a história toda, com pormenores, á medida que íamos ouvindo o disco. Fiquei completamente "apanhada". Vi o conto na minha cabeça dezenas de vezes como se tivesse lido a história em livro ou visto o filme, não conseguia pensar noutra coisa, passei horas a ouvir e ouvir os discos, sentada no chão ao pé do móvel radio-gira discos. Não sei se chorei com a morte dos dois amantes no fim,mas aquela música arrebatava-me e fazia-me sonhar como se eu própria estivesse envolvida num conto de fadas, de bruxos e de princesas enfeitiçadas. A minha imaginação criava o resto, não havia filmes, nem vídeos, nem TV, nem suportes visuais. A minha mente encheu-se de imagens inventadas, que ainda hoje vejo. Nenhum espectáculo ao vivo do Lago dos Cisnes, que mais tarde pude ver, me impressionou tanto como aqueles momentos vividos junto ao aparelho de som.
Ainda hoje a música de Tchaikowsky me impressiona, sobretudo o leitmotiv principal dessa suite e o fim trágico dos dois príncipes, que desaparecem dentro do mar.
Ontem, recebi da minha amiga Maria do Céu uma referencia para o Youtube e resolvi colocá-lo aqui para que todos possam ver a maravilha do circo chinês, interpretando uma coreografia do Swan Lake diferente do clássico, em que o bailado é, em parte substituído por ginástica. A graciosidade dos movimentos acrobáticos é extraordinária.